Resumo

O aquecimento global e as mudanças climáticas tornaram-se presentes no debate público como um dos grandes desafios a ser enfrentado no século XXI (GIDDENS, 2009). A temática é permeada por controvérsias científicas, disputas de interesses e diferentes visões (RIBEIRO, 2008). No centro deste debate está o nível crescente de emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa (GEE) decorrentes de atividades humanas. As cidades representam espaços estruturais quando o assunto é mudanças climáticas, pois concentram a maior parte da população mundial e do consumo de energia.

A partir de uma abordagem interdisciplinar e qualitativa, esta pesquisa propõe uma discussão teórica cuja abordagem vai questionar os discursos consensuados que privilegiam a mobilidade inteligente como solução viável para os problemas ambientais nas cidades. O objetivo geral é analisar a eficácia da política de mobilidade baseada no uso de tecnologia na mitigação e adaptação às mudanças climáticas na cidade de São Paulo.

A urbanização no Brasil é um fenômeno recente, marcado por ritmo intenso, falta de planejamento e especulação imobiliária. Como resultado, loteamentos em áreas de risco, favelas e a ocupação irregular de margens ou leitos de rios, córregos e represas, muitos em áreas de proteção ambiental, são algumas das consequências visíveis. Para reverter este quadro, foi aprovado em 2012 o Estatuto da Cidade como instrumento de regulação da vida urbana por meio de medidas de participação popular na gestão e estudos de impacto.

REvisão bibliográfica

Neste artigo, foram elencados os desafios do país no transporte urbano a fim de que seja possível aproximar-se das metas globais de descarbonização. É preciso incorporar mais políticas públicas e soluções de mobilidade sustentável no planejamento do setor de transporte dos grandes centros urbanos que a crise de deslocamento não é apenas ambiental, por conta da poluição atmosférica, mas também social, dado que a população enfrenta níveis crescentes de tráfico e acidentes de trânsito.

O modelo de desenvolvimento brasileiro consolidado ao longo do último século foi baseado no uso de combustíveis fósseis. Somado a isso, o rápido crescimento urbano e o uso de veículos particulares configurou-se como um problema ambiental e social na cidade de São Paulo. É notória a conclusão de que um veículo particular para cada um dos indivíduos residentes na cidade é insustentável e o atual padrão de consumo de energia e de recursos naturais não oferece perspectiva de expansão em um estilo de vida baseado no consumo.

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