Resumo

Título do Artigo

O AGEISMO NAS ORGANIZAÇÕES: estereótipos sobre o envelhecimento e vivências de trabalhadores mais velhos
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Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Carla Caroline Machado Ferreira
Centro Universitário FEI - São Paulo
2 - Pedro Jaime Coelho Júnior
Centro Universitário da FEI- Profa. PPGA da FEI-SP - Centro Universitário FEI
3 - Audrey Silva-Hein
Centro Universitário FEI - Campus São Paulo Responsável pela submissão
4 - Talita Rosolen
Centro Universitário FEI - Departamento de Administração

Reumo

O avanço do envelhecimento da população no Brasil tem-se acelerado, resultando em implicações na força de trabalho. É fundamental a adequação de políticas de Gestão Estratégica de Pessoas nas empresas mediante esta transformação demográfica do país. É comum atribuir-se aos indivíduos mais velhos qualificações negativas quanto ao desempenho profissional. A incorporação desses estereótipos acerca de trabalhadores idosos pode levar gestores a atitudes preconceituosas com relação a esse grupo social. Este fenômeno é denominado ageismo e se manifesta de diversas maneiras no ambiente profissional.
Como os trabalhadores mais velhos vivenciam a manifestação do ageismo no ambiente de trabalho das organizações? Ao trazer respostas para este problema, o objetivo desse trabalho é compreender de que maneira o ageismo se exterioriza e é percebido no ambiente organizacional pelos funcionários mais velhos.
No que se refere ao mercado de trabalho, a proporção de trabalhadores idosos vem apresentando uma elevação mais acentuada quando comparada às demais faixas etárias. Porém, os índices de admissão dos trabalhadores desta faixa etária se tornam cada vez mais desfavoráveis à medida que ocorre o avanço da idade. As empresas devem estar atentas aos interesses de autodesenvolvimento de seus colaboradores, pois nele reside uma das fontes de vantagem competitiva sustentável, possibilitando a participação e aprendizagem contínua.
Esse trabalho é de natureza qualitativa. A coleta de dados ocorreu por meio de focus group e entrevistas semiestruturadas. Foi realizado um pré-teste em que foram operacionalizadas entrevistas exploratórias em formato de focus group com seis pessoas com idade acima de 60. A segunda fase contemplou entrevistas semiestruturadas com 45 pessoas. Dessas, obtivemos 18 relatos positivos de indivíduos com idades entre 45 e 76 anos sobre a manifestação do ageismo. A análise dos dados foi feita pelo método da codificação e resultou na elaboração de categorias de ageismo.
Os estereótipos sobre o envelhecimento e a discriminação por idade são problemas que a sociedade deve enfrentar e eliminar por meio da conscientização, da educação e de intervenções políticas apropriadas. Este trabalho identificou as seguintes tipologias de ageismo: Negação; Segregação; Incapacitação Implícita e; Exclusão Seletiva. Dentre eles, os mais manifestados foram a exclusão seletiva no mercado de trabalho e a negação da capacidade de ação produtiva. O preconceito relativo à idade pode atuar de maneira aberta e clara, como também por formas que se camuflam em práticas sociais aceitas.
O ageismo ocorre em três instâncias: a individual, a organizacional e a societal. Individualmente, os idosos relataram que são afastados de eventos coletivos. Na esfera organizacional, o ageismo é presente desde a participação em processos seletivos. No aspecto societal essa discriminação é observada na linguagem, nas normas sociais e na segregação baseada na idade. Isso têm contribuído para a adoção de comportamentos discriminatórios com relação a esse público no ambiente de trabalho. O reconhecimento desse preconceito como um problema social é o primeiro passo para eliminá-lo.
BANCO MUNDIAL. Envelhecendo em um Brasil mais velho: implicações do envelhecimento populacional para o crescimento econômico, a redução da pobreza, as finanças públicas e a prestação de serviços. Washington: Banco Mundial, 2011. BUTLER, R. N. Combating ageism. International Psychogeriatrics, v. 21, n. 02, p. 211, 26 set. 2008. HENKENS, K. Stereotyping older workers and retirement: the managers' point of view. Canadian Journal On Aging/La Revue Canadienne Du Vieillissement, v. 24, n. 4, p. 353-366, 2005. PALMORE, E. B. Ageism: negative and positive. 2. ed. New York: Springer, 1999.