O projeto Catando histórias é um projeto educacional extracurricular realizado em 2018 que visou articular o conhecimento sobre gestão sustentável de resíduos da cidade com o conteúdo presente na matriz curricular de nível médio, sobretudo conteúdos ligados as disciplinas de Sociologia, Biologia, Química, História e Educação Artística. Tais tópicos, presentes nos diferentes cursos técnicos e superiores da instituição na qual o projeto nasceu, dentre os quais logística, gestão pública e administração, nos níveis superior e médio.
A gestão dos resíduos em uma cidade de forma sustentável é um desafio enorme. Em uma cidade como São Paulo, tais desafios crescem e exigem esforços de múltiplos atores. Um deles está na em posição social desfavorecida: os catadores.
Samson (2020) coloca que os catadores são alijados das políticas públicas, em diversas cidades mundiais e brasileiras. Mais que isso: as cidades aparentam não terem sido concebidas para que sua atividade flua com naturalidade. Pelo contrário, os desafios que enfrentam são proporcionais às condições as quais são relegados socialmente.
Em que se pese o interesse pelo tema, o fato é que os desafios de lecionar seguem grandes. Obter o real envolvimento do aluno, com atenção e interesse, é cada vez mais complexo.
Kolb (1984, 1986) defende que o aprendizado vivencial ativo por meio de um ciclo de atividades educativas que percorram a abstração conceitual, experimentação ativa, a experiência concreta e observação reflexiva, gera resultados mais profícuos. Como conseguir gerar o conhecimento concreto, para além da abstração conceitual, é um desafio que permanece aos educadores.
O projeto Catando histórias surgiu como uma atividade interdisciplinar extracurricular, aliando atividades de disciplinas técnicas com as do ensino médio, integrando o conhecimento e dando concretude para a discussão sobre sustentabilidade. Os alunos seriam voluntários e teriam que se inscrever junto aos professores para realizar as atividades. O caso da Coopercaps e do app Cataki foram apresentados. Visitas ao centro da cidade e ao Museu Farol Santander foram permeadas com debates em sala de aula.
Os 90 participantes puderam ter acesso ao vasto quadro da gestão de resíduos municipal . Alunos puderam completar seu entendimento do tema por meio de diferentes estímulos e atividades práticas e imersivas. Na palestra, puderam refletir sobre formas de se lidar com os resíduos sólidos em uma cidade como São Paulo. Já na visita, além de conhecer mais sobre a cidade, em locais históricos no roteiro, composto por Viaduto Santa Ifigênia, São Bento, Pátio do Colégio, Solar da Marquesa, Praça da Sé, Marco Zero, Rua direita, Viaduto do Chá, Teatro Municipal, Edifícios Martinelli e Altino Arantes.
O centro de São Paulo, com tantos atrativos históricos, também está envolto em questões sociais e na gestão de resíduos sólidos urbanos. O contato com a cooperativa Coopercaps permitiu tanto a compreensão dos participantes da atividade de zeladoria urbana quanto a conscientização acerca dos problemas sociais relativos aos resíduos urbanos e a atividade dos catadores. O centro de São Paulo, com tantos atrativos históricos, também está envolto em questões sociais e na gestão de resíduos sólidos urbanos. Concretizar a discussão da sustentabilidade, aliando o debate com a arte, foi importante.