Resumo

Título do Artigo

A resiliência urbana no enfrentamento de choques e estresses: análise do Plano Salvador Resiliente
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Tema

Cidades Sustentáveis e Inteligentes

Autores

Nome
1 - ANGELA MÁRCIA DE ANDRADE SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - Escola Politécnica
2 - Angélica Fabíola Rodrigues Prado
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - Escola Politécnica Responsável pela submissão
3 - João Pedro Souza Macedo
-
4 - ANDRÉA CARDOSO VENTURA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - Escola de Administração

Reumo

Tem-se mais de 50% da população mundial nas cidades e os cenários delineados por crises de urbanização, sinalizam alteração no espaço urbano, afetando população e ambiente. Para enfrentamento destes cenários, diversas cidades desenvolvem ações para incrementar sua resiliência, definida como a capacidade de enfrentar estresses crônicos (eventos que exercem pressão diária ou recorrente) e choques (impactos extremos, pontuais). Assim, como instrumento de planejamento urbano, algumas cidades elaboram sua Estratégia de Resiliência, elencando ações de adaptação e/ou mitigação, para o enfrentamento.
Como as ações propostas em Estratégia de Resiliência Urbana se vinculam aos choques e estresses identificados pela cidade? Desta forma, a pesquisa teve como objetivo identificar a relação existente entre as ações propostas na Estratégia de Resiliência de Salvador/Bahia/Brasil, cidade que integra quatro redes de cidades em busca da resiliência e neutralidade de emissões. Em relação à capacidade de enfrentamento dos choques e/ou dos estresses ali identificados.
A resiliência traz a ideia do retorno de um sistema ao equilíbrio depois de impacto (Ramos, 2015). O estudo da resiliência urbana traz uma forma de enquadramento dos riscos que atingem as cidades, e avaliação da possibilidade de enfrentá-los. (DOCUMENTOS TEMÁTICOS DA HABITAT III, 2015, p. 1). Choques são definidos como impactos pontuais, e estresses como eventos contínuos que atingem o tecido urbano (WRI, 2015). Algumas cidades reunidas na Rede R100 compartilham boas práticas e elaboram suas estratégias, elencando ações para enfrentar seus choques e estresses, em busca da resiliência urbana.
O presente estudo foi desenvolvido como parte das atividades de um grupo de pesquisa que tem, entre seus objetos de estudo, a resiliência urbana. Para realizar essas análises, utilizou-se o conteúdo detalhado do documento do Plano Salvador Resiliente publicado no site R100. Construiu-se, então, uma base de dados no software Excel, contendo todas as ações previstas e/ou realizadas para a cidade. Efetuou-se avaliação individual de cada ação, analisando o enfrentamento que a mesma oferece aos choques e estresses, pontuando a possibilidade de atuação da mesma frente a estes.
A análise aponta os percentuais de ações voltados para cada tipo de choque ou estresse previstos na cidade. Grande número de ações aponta para enfrentamento da pobreza e desigualdade social (estresses). No tocante a enfrentamento de choques, tem-se maior número voltado para inundações e alagamentos.Para enfrentamento do choque “surtos de doenças” tem-se 26 ações O foco de ações pode sinalizar o olhar da cidade sobre as suas prioridades. Observa-se menor número de ações em setores que fogem da gestão municipal, como por exemplo, a segurança pública para enfrentamento da violência.
Existem ações que atendem a totalidade dos choques e estresses da cidade. Algumas ações confrontam simultaneamente choques e estresses, evidenciando dividendos positivos. A quantidade de ações e o prazo de execução apontam para o foco da cidade. A possibilidade de ação simultânea traduz benefícios, trazendo em uma única ação enfrentamentos múltiplos. Alguns fatos fora dos limites da cidade podem acarretar desastres, muitas vezes impossíveis de serem previstos e ou tratados exclusivamente no âmbito local, evidenciando a necessidade de integração das governanças, como por exemplo, as pandemias.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR. Salvador Resiliente. 100RC, 100 Resilient Cities, 2019. Disponível em . Acesso em 01/07/2020. A resiliência pode salvar sua vida e sua cidade. Newsletter WRI Brasil Cidades Sustentáveis, ed. 25. 2015. Disponível em Acesso em 01 de Julho de 2020. TYLER, S.; MOENCH, M. A framework for urban climate resilience. Climate and development, v. 4, n. 4, p. 311-326, 2012.