Resumo

Título do Artigo

Veículos elétricos e seus impactos na poluição atmosférica da Região Metropolitana de São Paulo
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Tema

Políticas Públicas para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - PRISCILA BORIN DE OLIVEIRA CLARO
Insper Instituto de Ensino e Pesquisa - Responsável pela submissão
2 - LUCCA VISCONDE
-

Reumo

A poluição atmosférica e suas causas têm sido temas prioritários em diversas discussões acerca da sustentabilidade e preservação do meio ambiente mundial, sobretudo considerando o século atual. Dos diversos componentes que poluem o ar e alteram sua qualidade, como dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de carbono (CO) e gás carbônico (CO2), destaca-se o último pelo fato de estar diretamente relacionado à queima de combustíveis fósseis e, portanto, à frota mundial de veículos movidos a gasolina ou óleo diesel.
Tendo em vista o crescimento significativo da poluição atmosférica nos últimos séculos e uma atual tendência global voltada à sustentabilidade e preservação ambiental, os veículos elétricos vêm adquirindo de forma rápida maior expressividade no mercado automobilístico, sobretudo em países desenvolvidos, indicando uma possível transformação de tal setor nos próximos anos. O presente estudo busca fazer uma simulação do impacto da frota de veículos elétricos na poluição atmosférica da Região Metropolitana de São Paulo, propondo diferentes cenários de análise para cada município.
Vários estudos analisam a relação entre poluição atmosférica e veículos movidos a gasolina ou óleo diesel (Bauernschuster et al., 2017; Calef e Robert, 2007; Ferrero et al., 2015). O estudo de Stucchi (2018) analisa impactos de greves no transporte público na poluição atmosférica da Região Metropolitana de São Paulo e no número de admissões relacionadas a problemas circulatórios e respiratórios nos hospitais, a partir da utilização do modelo econométrico de diferenças em diferenças.
Este estudo é caracterizado como quantitativo e a análise empírica por meio de regressão se dá a partir do método econométrico de cross section, considerando os 39 munícipios da RMSP para o ano-base de 2017. Para proceder as análises 3 cenários foram criados. A proposição de tais cenários se deu pelo fato de que o mercado de veículos elétricos brasileiro ainda possui pouca representatividade no setor automotivo e, portanto, indicaria impactos pouco relevantes ou até mesmo nulos no nível de poluição de cada município.
Os principais resultados atingidos indicaram um efeito positivo e estatisticamente significante de veículos elétricos em diminuição de poluição; ressalta-se que a hipótese testada foi, portanto, confirmada. Outras duas variáveis que se mostraram relevantes e significantes dizem respeito ao Produto Interno Bruto e o Valor da Transformação Industrial da amostra, sendo que este primeiro apresentou coeficiente positivo e o segundo, um impacto negativo nas notas do PMVA. As demais variáveis presentes indicaram efeitos de acordo com o esperado, porém, estatisticamente insignificantes.
Visto que os resultados acerca das variáveis de interesse se mostraram em linha com a hipótese do estudo, entende-se que o mercado de veículos elétricos pode ter impactos positivos na melhora dos índices de poluição das cidades. Dessa forma, o presente estudo contribui para o debate sobre políticas públicas que incentivem a produção e comercialização de veículos elétricos, como por exemplo a isenção ou redução de impostos sob veículos. Sob a perspectiva do setor automotivo, vislumbra-se uma oportunidade de expansão do portfólio de produtos das grandes montadoras no futuro.
BAUERNSCHUSTER, S.; HENER, T.; RAINER, H. When Labor Disputes Bring Cities to a Standstill: The Impact of Public Transit Strikes on Traffic, Accidents, Air Pollution, and Health. American Economic Journal: Economic Policy, v. 9, n. 1, p. 1–37. 2017. CALEF, D.; ROBERT, G. The allure of technology: How France and California promoted electric and hybrid vehicles to reduce urban air pollution. Policy Sciences. 2007. STUCCHI, D. Can public transit subsidies be warranted for improving air quality and health outcomes? Evidence from the São Paulo Metropolitan Area for a second-best policy. Escola de A