Resumo

Título do Artigo

PROFESSOR DELIVERY: O trabalho docente no contexto da pandemia
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Tema

Educação e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - VITORIA MARIA SERAFIM DA SILVA
INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE - IFSUL/CAMAQUÃ Responsável pela submissão
2 - Felipe Alves Reinaldo
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES - Goiabeiras

Reumo

A pandemia de COVID-19 está alterando o comportamento social em vários segmentos da vida humana. Do ponto de vista digital, a pandemia acabou acelerando o uso e a disseminação de tecnologias digitais, em especial as relacionadas ao teletrabalho e a automatização de atividades (MACIENTE, 2020). Sobretudo no âmbito da educação, ferramentas e plataformas para o ensino remoto têm sido adotadas em grande escala pelas instituições de ensino e têm alterado as rotinas de pais, alunos e professores. Tais alterações trazem consigo muitas implicações sobre o contexto da precarização do trabalho docente.
Diante do exposto, questiona-se: quais as repercussões da remotização do trabalho na vida dos docentes da educação básica de escolas particulares? Assim, esse trabalho tem como objetivo central: analisar as repercussões da remotização do trabalho na vida dos docentes da educação básica de escolas particulares, tendo como desdobramentos os objetivos específicos: a) conhecer os principais desafios pertinentes ao trabalho docente remoto na educação básica; b) entender as implicações do contexto da pandemia de COVID-19 no trabalho docente remoto.
Goedert e Arndt (2020) alertam que a inserção de tecnologias no planejamento pedagógico devem manifestar um propósito educacional claro e significativo aos sujeitos e não apenas para cumprir o currículo, uma vez que, essa mediação pedagógica representa as ferramentas e as formas de como a realidade histórica e social é representada (GOEDERT, 2019). Some-se a isso, a organização do trabalho também é determinante quanto às condições favoráveis ou danosas para o aparelho psíquico, implicando em aspectos facilitadores ou não da saúde mental do trabalhador (ARAUJO; ROCHA, 2007).
Para tanto, utilizou-se de uma abordagem qualitativa, na modalidade exploratória, sendo realizadas entrevistas semiestruturadas a professores de diferentes níveis da educação básica da rede privada e cujos dados foram tratados por meio de análise de conteúdo, na qual prevaleceram as categorias analíticas: desafios, saúde e qualidade de vida, infraestrutura de trabalho, trabalho coletivo e o reconhecimento.
A partir de Marcon (2020), pode-se considerar que o processo de mediação digital estaria comprometido, por não atender ao eixo apropriação/fluência/empoderamento tecnológico, embora a organização informal (contatos entre professores e demais servidores das escolas) tenha possibilitado estratégias para produção/autoria coletiva de conhecimento e cultura. Quanto ao reconhecimento do trabalho, destaca-se o sentimento de desvalor quando, por exemplo, os alunos não ligam a câmera durante a aula, quando as avaliações são burladas, ou mesmo, pela falta de garantia de espaço para cada disciplina. 
É possível constatar que não foram poucas as repercussões da remotização do trabalho na vida dos docentes da educação básica de escolas particulares. A mudança abrupta na ordem de trabalho, decorrente da pandemia, exigiu das professoras a adaptação, também brusca, para a formulação de conhecimento e cultura possíveis de serem intermediados pela tecnologia. Entretanto, a falta de tempo hábil para planejamento dessas operações de trabalho causam implicações quanto a saúde e qualidade de vida, quanto ao reconhecimento do trabalho, além do desafio do empoderamento tecnológico.
GOEDERT, L. Práticas de mediação pedagógica online em interlocução com o modelo de comunidade de inquirição. Tese de Doutorado em Ciências da Educação (Especialidade Tecnologia Educativa). Instituto de Educação, Universidade do Munho, Portugal. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/64649. Acesso em 20 jun. 2020. MARCON, Karina. Inclusão e exclusão digital em contextos de pandemia: que educação estamos praticando e para quem? Criar Educação, Criciúma, v. 9, nº2, Edição Especial  2020.– PPGE – UNESC – ISSN 2317-2452.