Resumo

Título do Artigo

USO DA ANÁLISE MULTICRTERIAL NA TOMADA DE DECISÃO PARA A SELEÇÃO DE TECNOLOGIA DE REMEDIAÇÃO SUSTENTÁVEL DE ÁREAS CONTAMINADAS COM SOLVENTES CLORADOS
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Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Marcela Maciel de Araújo
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Responsável pela submissão

Reumo

A contaminação por solventes clorados, como percloroeteno (tetracloroeteno ou PCE) ocorre em vários locais no mundo e pode representar um risco a saúde humana e ao meio ambiente, pois representam alguns dos contaminantes mais persistentes no solo e nas águas subterrâneas em todo o mundo. Portanto, a remediação é uma pratica essencial. Diversas tecnologias foram desenvolvidas, e as abordagens para a seleção e a tomada de decisão, que antes era baseada em custos, progrediram com a inclusão de critérios de viabilidade, riscos, sustentabilidade, partes interessadas e o público.
A remediação de áreas contaminadas pode sofrer problemas ao longo do processo, como altos custos e poluição secundária. Portanto, a seleção de uma tecnologia adequada é crucial. A tomada de decisão vem se tornando complicada devido ao envolvimento de múltiplas partes interessadas com objetivos conflitantes. Por isso, para contribuir e apoiar a tomada de decisão para a seleção de técnicas de remediação, a análise multicriterial (AMC) tem sido empregada, devido a sua capacidade de classificar opções alternativas de acordo com as preferências das partes interessadas por meio de ponderações.
O estudo de caso hipotético foi baseado em uma área contaminada por PCE existente na região sul da cidade de São Paulo. Envolveu a aplicação AMC para selecionar uma ou duas opções de remediação. O procedimento proposto para a estratégia de tomada de decisão para a seleção de técnicas de remediação utilizou a combinação do processo de AMC e o processo de hierarquização com ponderação. Os critérios de triagem incluíram indicadores econômico, ambiental, de tempo e de eficácia (FEDERAL REMEDIATION TECHNOLOGIES ROUNDTABLE, 2020).
O procedimento considerou a remediação considerando três cenários. Adotou-se as metodologias desenvolvidas por Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2013), adicionando--se os critérios e ponderações estabelecidos pela Federal Remediation Technologies Roundtable (2020) e o critério impacto ambiental, considerando os elementos centrais da Remediação Verde (UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION ANGECY, 2008). A incorporação de pesos como ferramenta de decisão, pois buscou-se uma solução adequada objetiva mesmo com a subjetividade inerente à tomada de decisão ambiental.
O resultado das hierarquizações das tecnologias consideradas sustentáveis para os critérios avaliados nesse artigo foram: compartimento k1: Redução química in situ (tempo padrão de remediação indeterminado dependente do projeto e aplicação) ou a térmica com aquecimento por condução (tempo padrão de remediação menor que 3 anos); e compartimento k2: Escavação/ tratamento por Biopilhas – ex situ (tempo padrão de remediação entre 0,5 e 1 ano) ou Escavação/ tratamento térmico ex situ por incineração (tempo padrão de remediação menor que 0,5 ano).
A remediação de áreas contaminadas com solventes clorados é um problema de múltiplas partes interessadas e os processos de analise multicriterial podem incluir todos os grupos de interesse de forma democrática, incluindo a sustentabilidade ambiental. Os resultados do presente estudo permitiram a indicação de tecnologias adequadas para os dois cenários estudados, algumas diferentes das tecnologias que já havia sido aplicada na área durante uma década de gerenciamento ambiental. A ponderação pode ajudar a minimizar a subjetividade envolvida.
FEDERAL REMEDIATION TECHNOLOGIES ROUNDTABLE. Remediation Technologies Screening Matrix and Reference Guide (Version 4.0), 2015. Disponível em:< https://frtr.gov/matrix2/section3/table3_2.pdf> Acesso em: 19 ago. 2020. INSITITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Guia para elaboração de planos de intervenção para o gerenciamento de áreas contaminadas. Organ.: Sandra Lucia de Moraes, Claudia Echevenguá Teixeira, Alexandre Magno de Souza Maximiano. Ed.1 rev.,IPT. São Paulo, 2014.