Resumo

Título do Artigo

UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE DISCLOSURE AMBIENTAL E O SETOR ECONÔMICO DAS EMPRESAS LISTADAS NA B3
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Tema

Finanças sustentáveis, economia e contabilidade

Autores

Nome
1 - Fernanda Patrícia Bastos dos Santos
Universidade Federal da Paraíba - Campus l Responsável pela submissão
2 - Adriana Fernandes de Vasconcelos
Universidade Federal da Paraíba - Campus l

Reumo

Com as exigências do mercado, as empresas buscam evidenciar com clareza sua responsabilidade social e ambiental. Mesmo que não encontre a possibilidade de evidenciar as informações ambientais nas próprias demonstrações contábeis, faz parte do papel da contabilidade evidenciá-las em outros meios, para que os usuários possam tomar decisões mais adequadas sobre a empresa (Costa & Marion, 2007). Ribeiro, Bellen e Carvalho (2011) destacam três fatores que mais podem influenciar a Evidenciação Ambiental: o tamanho da companhia; o seu setor de atuação e o seu país sede (ou influências culturais).
Nesse contexto, objetivando verificar a relação entre o disclosure ambiental e o setor econômico das empresas listadas na B3, este estudo investiga tal associação. Diante disso, surge o seguinte questionamento: quais os setores econômicos das empresas listadas na B3 que mais divulgam informações ambientais?
Murcia, Rover, Lima, Fávero e Lima (2008) e Rover, Borba, Murcia e Vicente (2008) descrevem que a evidenciação de informações ambientais se distingue do escopo tradicional da Contabilidade concentrado nas demonstrações contábeis. A evidenciação das informações ambientais, segundo Souza, Rásia e Jacques (2010), corrobora para a transparência das atuações empresariais e o diagnóstico adequado da organização, visto que, por meio dela, torna-se possível identificar e mensurar a posição patrimonial real da entidade, assim como os riscos inerentes ao negócio.
O presente estudo caracteriza-se, quanto aos fins (objetivos), como descritivo, visto que buscou descrever características de determinada população. Quanto aos meios (procedimentos técnicos), documental, já que foram analisados os Relatórios de Administração (RA), os Relatórios de Sustentabilidade (RS) e as Notas Explicativas (NE) das empresas. Quanto à abordagem, é qualitativa, tendo em vista que buscou identificar as informações ambientais que são mais divulgadas pelos setores econômicos por meio de um check-list, bem como quantitativa, uma vez que visou quantificar as informações coletadas.
Observou-se que 150 empresas da amostra do estudo divulgaram um total de 2.627 sentenças relacionadas ao meio ambiente. Constatou-se que, no ano de 2017, o setor econômico Produtos de Uso Pessoal e de Limpeza, considerado de alto potencial poluidor, foi o que mais divulgou subcategorias ambientais. Assim sendo, 25 sentenças de caráter ambiental representou a maior quantidade média de informações evidenciadas por setores. Esse resultado é explicado por Braga e Salotti (2008) que certificaram que empresas potencialmente poluidoras têm um nível médio de disclosure ambiental mais elevado.
Embora o ato de divulgar questões ambientais não se configure em um modelo tradicional da contabilidade voltado para as informações econômico-financeiras, muitas empresas têm se mostrado atenciosas para tornar as suas atuações ambientais mais transparentes para as partes interessadas. Nota-se que existe a tendência das atividades realizadas pelas empresas de influenciar o disclosure de suas atuações diante do meio ambiente, porém, não se aplica à todas as organizações. Não se pode generalizar todos os setores, pois existem aqueles que se desviam do ato de divulgar comum aos demais do grupo.
Murcia, F. D.R., Rover, S., Lima, I., Fávero, L. P., & Lima, G. (2008). ‘Disclosure verde’ nas demonstrações contábeis: características da informação ambiental e possíveis explicações para a divulgação voluntária. Revista Contabilidade, Gestão e Governança, 11(1-2), 260-278. Batista, K. R., Melo, J. F. M., & Carvalho, J. R. M. (2016). Evidenciação dos itens ambientais nas empresas do setor de mineração de metálicos cadastradas na BM&FBOVESPA. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, 5(1), 128-143.