Resumo

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FRINGE STAKEHOLDERS E AÇÕES MITIGADORAS DE RUÍDOS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O TRECHO OESTE DO RODOANEL MÁRIO COVAS/SP
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Tema

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Autores

Nome
1 - Érica Simões Ramirez
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - São Paulo
2 - Aline Sacchi Homrich
Universidade de São Paulo - Escola Politécnica - Engenharia de Produção Responsável pela submissão
3 - Marly Monteiro de Carvalho
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Reumo

Grandes projetos de construção de infraestrutura multi-stakeholders (partes interessadas múltiplas) são vistos como redes dinâmicas de organizações que combinam os recursos, competências e conhecimentos dos múltiplos agentes e organizações participantes e buscam atender as necessidades dos diferentes interessados do projeto (HOMRICH et al., 2017). Neste contexto, os fringe stakeholders são considerados são considerados os grupos de consumidores, comunidades, grupos de interesses especiais, indivíduos e o público , que “lutam poderosamente para serem ouvidos, frequentemente sem sucesso”.
Neste contexto, esse trabalho tem como objetivo identificar as práticas necessárias na gestão de fringe stakeholders em projetos complexos de infraestrutura para viabilizar um sucesso mais integrado do projeto. Para fins desta pesquisa, considerou-se que um sucesso mais integrado do projeto refere-se principalmente a minimização dos impactos sociais causados no entorno. A questão a ser respondida é, portanto: Quais as práticas necessárias na gestão de fringe stakeholders em projetos complexos de infraestrutura em relação aos impactos sociais causados no entorno?
Enquanto os stakeholders principais usam de seu poder e legitimidade para pedir urgência em suas reivindicações, os fringe stakeholders geralmente são invisíveis para a empresa porque se referem a relacionamentos remotos, fracos, pobres, a partes desinteressadas, isoladas, não legítimas ou não humanas (HART; SHARMA, 2004). Para Zietsma e Winn (2008) os fringe stakeholders concentram o papel de questionamento da legitimidade das práticas existentes, com características de movimentos sociais. Projeto complexo possui profundos atributos sociais incorporados a ele.
Utilizou-se nesse trabalho o estudo de caso, pela possibilidade de fornecer um nível de investigação mais aprofundada e capturar processos menos visíveis de diversos pontos de vista (EISENHARDT, 1989). A análise foi feita de forma qualitativa, para responder as questões de pesquisa, a coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semi-estruturadas, e fontes de dados secundárias (documentos de projeto e reportagens divulgadas na mídia). As entrevistas foram realizadas de forma remota com os representantes da empresa responsável e entrevistas in loco conduzidas junto aos moradores impactados.
Como Jurgens et al.,(2016) sugere, fica evidente que o grupo de stakeholders, sejam eles moradores do Parque Imperial ou moradores do residencial Tamboré 1 precisaram lutar poderosamente para serem ouvidos. Convém salientar que os moradores do residencial Tamboré 1, devido as suas características socioeconômicas, tiveram suas demandas atendidas devido à sua capacidade de organização. a ação do último grupo questionou a prática existente e fez com que acontecessem mudanças institucionais na empresa responsável e na forma como a questão da mitigação de ruídos foi tratada.
Apesar de ter sido considerado bem-sucedido em sua função de suavizar o tráfego pesado que transitava pelas marginais da cidade de São Paulo/SP, ao serem analisados outros critérios como os sugeridos por autores como Atkinson (1999) e Shenhar et al. (2001), esta classificação é discutível. O principal aspecto de divergência se relaciona aos benefícios para os usuários, especificamente aqueles moradores dos bairros lindeiros ao empreendimento e o impacto socioambiental causado. Apesar dos altos custos com as obras de mitigação, houve sucesso quanto ao aprendizado conquistado.
HART, S. L.; SHARMA, S. Engaging fringe stakeholders for competitive imagination. IEEE Engineering Management Review, v. 32, n. 3, p. 28–41, 2004. JURGENS, M. et al. Social media revolutions: The influence of secondary stakeholders. Business Horizons, v. 59, n. 2, p. 129–136, 2016. SHARMA, S.; HENRIQUES, I. Stakeholder influences on sustainability practices in the Canadian forest products industry. Strategic Management Journal, v. 26, n. 2, p. 159–180, 2005. YANG, J. et al. Critical success factors for stakeholder management: Construction practitioners’ perspectives. Journal of Construction