Comunicação, Indicadores e Modelos de Mensuração da Sustentabilidade
Autores
Nome
1 - Andre Pascoal Rodrigues Universidade Federal do Ceará - UFC - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade - FEAAC
2 - Karoline Rodrigues Sobreira Universidade Federal do Ceará - UFC - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
Responsável pela submissão
3 - Messias Elmiro Gomes Loiola de Oliveira Universidade Federal do Ceará - UFC - Campus Benfica
4 - Editinete André da Rocha Garcia Universidade Federal do Ceará - Universidade Federal do Ceará
Reumo
O engajamento de stakeholders é um tema cada vez mais presente em discussões acadêmicas e corporativas. A colaboração com stakeholders é comumente classificada como benéfica para as empresas, tendo em vista as informações demonstradas nos relatórios de sustentabilidade publicados pelo Global Report Initiative (GRI).
Considerando que os níveis de engajamento dos stakeholders se relacionam com os objetivos das organizações, e que as empresas brasileiras têm se preocupado cada vez mais em promover ações capazes de criar valor aos seus stakeholders (ALMEIDA et al., 2018), o estudo tem como objetivo geral identificar as estratégias de engajamento dos stakeholders nas empresas brasileiras.
Observa-se que há uma forte interdependência entre stakeholders e as organizações (CLARKSON, 1995), fato que começa a ser discutido com a Teoria dos Stakeholders (FREEMAN, 1984), em que as metas e responsabilidades das partes interessadas também são consideradas. Nesse contexto, ao priorizar as partes interessadas que já são localmente importantes, as empresas podem usar o engajamento dos stakeholders para melhorar o desempenho corporativo (GUPTA et al., 2020). A divulgação de relatórios de sustentabilidade torna-se um mecanismo fundamental para a disponibilização de informações deste escopo.
Foi realizada uma análise de conteúdo que teve como base os relatórios de sustentabilidade no padrão GRI de 157 empresas brasileiras, gerando uma amostra de 155 relatórios. Para responder às questões desta investigação, o estudo utilizou o modelo de classificação proposto por Stocker et al. (2020), que divide a análise em três níveis estratégicos: de informação, de respostas e de envolvimento, baseados em suas ações de engajamento.
A maioria das ações de empresas brasileiras (71%) ficou situada nos extremos dos níveis do engajamento, sendo a maior quantidade de ações no nível de informação com 36%, considerado um nível de engajamento sem ação, apenas informativo, seguido do nível de envolvimento com 35%, no qual os stakeholders têm atuação direta na ação promovida pela empresa.
O estudo atingiu seu objetivo, na medida que, ao investigar a evidenciação de ações realizadas pelas empresas brasileiras para o engajamento de seus stakeholders, confirmou que há uma quantidade diversa de ações para cada grupo interessado, como também para cada nível estratégico proposto.
FREEMAN, R. E. Strategic management: A stakeholder approach. Boston: Pitman, 1984; GUPTA, K.; CRILLY, D.; GRECKHAMER, T. Stakeholder engagement strategies, national institutions, and firm performance: A configurational perspective. Strategic Management Journal, p. 1–32, 2020; STOCKER, F.; BOAVENTURA, J. M. G.; MASCENA, K. M. C.; ARRUDA, M. P. Stakeholder engagement in sustainability reporting: a classification model. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 1-10, 2020.