Resumo

Título do Artigo

A CENTRALIDADE DOS VALORES MORAIS E DOS TRABALHADORES NA PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES
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Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Ivan Bolis
- Departamento de Psicologia Responsável pela submissão
2 - Tiago Fonseca Albuquerque Cavalcanti Sigahi
- USP/Poli
3 - Wilza Karla dos Santos Leite
-
4 - Paulo César Zambroni de Souza
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5 - Sandra Naomi Morioka
- Departamento de Engenharia de Produção

Reumo

Este artigo baseia-se em pesquisa publicada na revista Sustainability (BOLIS et al., 2021) adaptada para divulgação no contexto nacional. O desenvolvimento sustentável aponta a necessidade de considerar questões além daquelas ambientais. O homem possui posição central, de beneficiado e de promotor da sustentabilidade. Ao ser introduzida nas empresas, a sustentabilidade corporativa confere ao trabalhador papel essencial. Dependendo do tipo de racionalidade utilizada por ele nos processos de tomada de decisão, pode-se promover ações que favorecem mais, ou menos, sustentabilidade.
A hipótese geral do estudo é que precisam ser introduzidas nos processos de tomada de decisão racionalidades além daquela instrumental para favorecer a inclusão de mais ações voltadas para um desenvolvimento mais sustentável. Assim o estudo buscou responder à pergunta de pesquisa: como os processos de tomada de decisão estratégica baseados na racionalidade substantiva podem fomentar ações mais sustentáveis nas corporações (para o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade corporativa)? Para responder a esta pergunta de pesquisa foi desenvolvida uma pesquisa-ação por meio de uma startup.
A tipologia de racionalidade adotada no processo de decisão é essencial para assegurar (ou não) um desenvolvimento mais sustentável. As organizações precisam ir além da racionalidade instrumental, relacionada ao cálculo racional de meios-fins. Devem ser adotadas também a racionalidade substantiva (WEBER, 1922), baseada em padrões éticos e valores morais; a racionalidade comunicativa (HABERMAS, 1984), relacionada à promoção de cooperação nas decisões; e a racionalidade limitada (SIMON, 1986), que considera os limites cognitivos humanos.
O estudo foi desenvolvido por meio de uma pesquisa-ação (THIOLLENT, 2004) em uma startup, liderada por um dos pesquisadores. Considerando todos os elementos de ciclos de pesquisa-ação, foi definido que as unidades de análise da pesquisa-ação eram apenas as decisões a serem tomadas em nível estratégico pela startup. Pela finalidade da pesquisa, buscou-se basear todas as decisões estratégicas em uma perspectiva coletiva e de longo prazo, considerando primordial o atendimento de quatro valores morais do desenvolvimento sustentável.
A efetiva introdução de sustentabilidade nas organizações precisa considerar:: (1) limites em aplicar valores do desenvolvimento sustentável nas corporações; (2) a importância imprescindível do aspecto econômico-financeiro; (3) as diferenças entre valor moral e valor-utilidade, e as diferenças entre objetivos coletivos ou individuais; (4) o envolvimento das pessoas a partir de seus valores morais pessoais; e (5) a centralidade do papel do trabalhador em propiciar sustentabilidade nas organizações.
O artigo explica a importância de considerar as racionalidades envolvidas nos processos de tomada de decisão para promover a sustentabilidade nas organizações. As pessoas tomam decisões (individualmente ou em grupo) a partir de valores morais individuais. É importante que as pessoas sejam educadas para assimilar mais valores morais além daqueles de criação de valor econômico, próprios da racionalidade instrumental. Dessa forma, eles podem tomar decisões com base em uma racionalidade substantiva, o que pode criar maiores oportunidades para atingir os objetivos do desenvolvimento sustentável.
BOLIS, I. et al. Sustainability Is All about Values: The Challenges of Considering Moral and Benefit Values in Business Model Decisions. Sustainability, v. 13, n. 2, p. 664, 2021. HABERMAS, J. The Theory of Communicative Action. Volume 1: Reason and the Rationalization of Society. London: Heinemann, 1984. SIMON, H. Rationality in Psychology and Economics. The Journal of Business, v. 59, n. 4, p. 209–224, 1986. THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação. 13a. ed. São Paulo: Cortez, 2004. WEBER, M. Economy and Society. Berkeley: University of California Press, 1968., 1922.