Resumo

Título do Artigo

DRIVERS E BARREIRAS À INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL: UM ESTUDO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA ORGÂNICA DA CIDADE DE SÃO CARLOS / SP
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Tema

Inovação para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Kenny Félix Nadayoshi
Universidade Federal de São Carlos - São Carlos Responsável pela submissão
2 - Ivete Delai
- Universidade Federal de Sao Carlos

Reumo

Com o objetivo de criar vantagens competitivas, a inovação é vista pelas empresas umas das estratégias fundamentais para garantir sua sobrevivência. Iniciativas inovadoras foram também aplicadas à produção agrícola. O progresso tecnológico levou ao uso de máquinas agrícolas sofisticadas e de insumos químicos. Os consumidores, tomando maior consciência sobre questões ambientais e de saúde, tem estimulado a produção de alimentos orgânicos. A agricultura orgânica recorre a tecnologias agroecológicas para produzir de forma sustentável e otimizar o uso de recursos naturais.
Apesar da emergência desse mercado no Brasil, a produção orgânica esbarra em obstáculos para o investimento em sua inovação. Como toda inovação, possui motivações e barreiras para sua implementação. Esta pesquisa teve como objetivo entender os conceitos teóricos que tratam da inovação em agricultura orgânica no Brasil e identificar drivers e barreiras para a implementação de sistemas produtivos orgânicos na cidade de São Carlos (SP) além de compreender o funcionamento dos sistemas produtivos que produzem alimentos orgânicos na cidade.
Barreiras encontradas foram: dificuldade na obtenção de insumos orgânicos e falta de interesse no estreitamento de laços entre os elos da cadeia de produção (AZEVEDO et al, 2014). Outra barreira encontrada foi: falta de acesso a diferentes canais de comercialização. Rosa et al. (2016) citam a preocupação com qualidade de vida, preservação do meio ambiente como drivers. O maior crescimento do mercado de orgânicos em relação ao mercado tradicional e a divulgação dos benefícios e qualidade do produto são citados por Azevedo et al. (2016).
Primeiramente, buscou-se entender os conceitos teóricos que tratam da inovação em agricultura orgânica no Brasil e os drivers e barreiras para seu desenvolvimento. Posteriormente, foram identificados os drivers e barreiras junto aos agricultores. Na sequência, consolidou-se os drivers e barreiras apontados por eles. A partir das respostas dos produtores entrevistados, as entrevistas foram analisadas por meio da técnica da análise de conteúdo. Por fim, os resultados foram analisados à luz da literatura. O padrão identificado na análise intercasos foi contraposto ao identificado na literatura.
A falta de conhecimento técnico dos agricultores sobre as práticas agroecológicas foi unanimidade entre os produtores. Todos eles lançam mão da compostagem. Eles relatam o costume de realizar testes por meio da “tentativa e erro”. Todos os produtores demonstraram preocupação com a necessidade de desenvolver medidas que amenizem ou eliminem os efeitos gerados ou estimulados por seu processo produtivo ao meio ambiente e à sociedade, e que essa preocupação foi um dos fatores propulsores para a iniciativa de produzir alimentos orgânicos.
Como contribuição desta pesquisa, foram encontradas as barreiras: dificuldade de encontrar formas naturais, sem o uso de agrotóxicos, para combater insetos, acomodação dos produtores orgânicos no desenvolvimento de práticas agroecológicas. Em relação aos drivers, foi citada a possibilidade de ligação direta com o consumidor. Outra contribuição desta pesquisa é que ela foca em verduras e legumes orgânicos. Esta pesquisa contribuiu também para reforçar a importância do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no incentivo à agricultura familiar.
AZEVEDO, D. B.; OSORIO, R. M. L.; CARVALHO, R. Q.; CARDOSO, B. B. Cadeia de produção do cogumelo orgânico: o estudo de caso da empresa cogumelos brasilienses. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v. 3, n. 1, p. 139-153, 2014. ROSA, N. P.; CAUMO, A. J.; MACHADO, J. A. D.; STADUTO, J. A. R. Os riscos na tomada de decisão para os produtores orgânicos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 54. SOBER, 2016. Disponível em: < http://icongresso.itarget.com.br/tra/arquivos/ser.6/1/6264.pdf> Acesso em 06/04/19.