Resumo

Título do Artigo

“CONVERSÃO ECOLÓGICA”: A INFLUÊNCIA DA RELIGIOSIDADE NA FORMAÇÃO DO COMPORTAMENTO SUSTENTÁVEL
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Tema

Espiritualidade na Organizações

Autores

Nome
1 - Rebeka Maria Sotero Silva
Universidade Federal do Ceará - UFC - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria Responsável pela submissão
2 - Cláudia Buhamra Abreu Romero
- Universidade Federal do Ceará

Reumo

A Igreja Católica tem promovido discussões em torno da sustentabilidade e da “conversa?o ecolo?gica”, termo utilizado por Sua Santidade, o Papa Francisco, na Carta Encíclica Laudato si, publicada em 2015, a primeira da história que teve o meio ambiente como tema principal. Nesse contexto, um dos questionamentos que surge é como, concretamente, a crença religiosa é capaz de contribuir na transição para sustentabilidade (LEAL FILHO; DAHMS; MC-CREA, 2019).
Tendo em vista o potencial efeito que a religiosidade pode exercer sobre o comportamento e, ainda, o recente foco que a Igreja Católica tem atribuído à questão sustentável, este estudo propõe-se a responder a seguinte questão: Qual a influência da religiosidade na formação do comportamento sustentável de indivíduos católicos? O objetivo geral desta pesquisa é, portanto, analisar a influência da religiosidade na formação do comportamento sustentável de indivíduos católicos.
Um dos estudos pioneiros atribui às religiões de origem judaico-cristã a responsabilidade pelos problemas ambientais (WHITE, 1967). Mais recentemente, a pesquisa de Konisky (2018) constatou que não tem havido um esverdeamento do cristianismo no nível individual. Assim, embasada na Teoria da Ação Racional (FISHBEIN; AJZEN, 1975), a presente pesquisa busca analisar a influência da religiosidade sobre a atitude sustentável e as normas subjetivas relacionadas ao meio ambiente, e a conexão desses dois construtos com o comportamento sustentável.
A pesquisa foi conduzida por meio de survey com indivíduos católicos que residem na cidade de Fortaleza – CE, a quinta maior do Brasil, com mais da metade da sua população de 2,7 milhões de habitantes se declarando católicos. Os dados foram analisados com base em estatística descritiva e análise multivariada.
Os resultados evidenciaram uma influência negativa da religiosidade sobre as atitudes sustentáveis, reforçando a afirmação de White (1967) e a pesquisa de Konisky (2018), e positiva sobre as normas subjetivas relacionadas ao meio ambiente. Ademais, foi verificado um efeito positivo da atitude e das normas subjetivas sobre o comportamento pró-ambiental.
Diante dos resultados obtidos, pode-se afirmar que o caminho para a influência da religiosidade sobre a formação de comportamentos sustentáveis passa pela formação das normas subjetivas relacionadas ao meio ambiente, uma vez que não foram verificados efeitos positivos em torno da influência direta que a religiosidade apresenta sobre as atitudes pró-ambientais. Espera-se que o presente estudo possa contribuir ao evidenciar como as organizações religiosas podem contribuir com o poder público para promoção da educação ambiental da sociedade.
WHITE JÚNIOR, L. The historical roots of our environmental crisis. Science, v. 155, n. 3767, p. 1203-1207, 1967. FISHBEIN, M.; AJZEN, I. Belief, attitude, intention and behavior: an introduction to theory and research. Reading, MA: Addison?Wesley, 1975. KONISKY, D. The greening of Christianity? A study of environmental attitudes over time. Environmental Politics, v. 27, n. 2, p. 267–291, 2018. LEAL FILHO, W.; MC-CREA, A (Ed.) Sustainability and the Humanities. Springer, p. 1-18, 2019.