Resumo

Título do Artigo

Sustentabilidade e Economia Circular: o contexto brasileiro em evidência
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Tema

Operações sustentáveis e Economia Circular

Autores

Nome
1 - Aline De Geroni Roncato Lazzari
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - Escola de Negócios Responsável pela submissão
2 - ANA CLARA APARECIDA ALVES DE SOUZA
- Escola de Negócios
3 - Maira Petrini
- Programa de Pós-Graduação em Administração - Escola de Negócios
4 - Mariana Aydos
-

Reumo

A Economia Circular (EC) surge sob a promessa de transformar a lógica produtiva linear em uma lógica circular, com a melhor utilização dos recursos naturais. A EC é comumente associada à noção de Sustentabilidade, que considera essencial a adoção de práticas alinhadas às expectativas econômicas, sociais e ambientais contemporâneas. No Brasil não temos nenhuma política específica para a EC, conclusões preliminares do potencial brasileiro indicam que a transição para a EC poderia gerar oportunidades de mais inovação e criação de valor (EMF, 2017).
O termo EC é comumente associado a Sustentabilidade entretanto diversos autores questionam se a EC atende aos requisitos do triple botton line. Partindo de evidencias da literatura e considerando o potencial brasileiro em EC, apresentamos como questão de pesquisa: Como a relação entre Sustentabilidade e Economia Circular é abordada em publicações com foco no contexto brasileiro? Os artigos que compõem esta análise foram classificados quanto ao foco nos elementos que constituem uma noção macro de Sustentabilidade, pautada em dimensões econômica, ambiental e social.
A EC tem sido adotada em muitos países. Na Alemanha, em 1996, houve a aprovação de uma lei de gestão das substâncias tóxicas e a gestão de resíduos em ciclo fechado; na China, em 2009, a Lei de Promoção à Economia Circular; no Japão, em 2000, a lei para promover a economia circular em nível nacional (SEHNEM; PEREIRA, 2019). A União Europeia publicou, em 2014, a Comunicação Rumo a uma Economia Circular: um Programa de Resíduos Zero para a Europa e, em 2015, a Comunicação Closing the loop e um plano de ação da UE para a economia circular (MERLI; PREZIOSI; ACAMPORA, 2018; MORALES; SOSSA, 2020).
Classificamos este estudo como sendo de natureza exploratória e descritiva, alinhando-se a uma abordagem de pesquisa qualitativa. Inicialmente, realizamos uma busca por publicações seguida de análise sistemática da literatura. A busca foi realizada nas bases de dados Scopus, Web of Science, Sage e Spell. Os artigos foram analisados conforme as dimensões consideradas por Merli; Preziosi e Acampora (2018), sendo classificados nas categorias a) econômico; b) ambiental ou c) social ou em combinações destas de acordo com o foco dos artigos.
No Brasil predominam três categorias: 1) ambiental e econômica; 2) ambiental e 3) ambiental, econômica e social. Os resultados do estudo evidenciaram que, considerando o contexto brasileiro como foco das pesquisas, a dimensão ambiental é apresentada como central. Adicionalmente, discutimos três problemáticas fundamentais: a utilização da economia circular quase de forma sinônima à dimensão ambiental, da qual decorre ainda o reducionismo dessa dimensão ao que se compreende como “R’s” (reduzir, reusar, reciclar e outros) e, ainda, à superficialidade da abordagem social nas pesquisas.
Evidenciamos o contexto brasileiro em diálogo com a noção ampla de sustentabilidade, na qual as dimensões econômica, social e ambiental são indissociáveis. O estudo contribui ao evidenciar lacunas que merecem atenção quanto ao foco das pesquisas que têm sido realizadas. Em relação a estrutura dos R’s é importante provocar o avanço das pesquisas contemplando um número maior de princípios. Além disso, a dimensão social ainda é marginal e pouco explorada. Considerando que o Brasil é um país com desigualdade social estruturada, fica a reflexão sobre traçarmos uma linha alinhada com o nosso context
Evidenciamos o contexto brasileiro em diálogo com a noção de sustentabilidade, na qual as dimensões econômica, social e ambiental são indissociáveis. Contribuímos ao evidenciar lacunas que merecem atenção quanto ao foco das pesquisas que têm sido realizadas. Em relação a estrutura dos R’s é importante o avanço das pesquisas contemplando um número maior de princípios. Além disso, a dimensão social ainda é marginal e pouco explorada. Considerando que o Brasil é um país com desigualdade social estruturada, fica a reflexão sobre traçarmos uma linha alinhada com o nosso contexto.