Resumo

Os métodos tradicionais de design de produtos não têm conseguido resolver a complexidade tecnológica que envolve o desenvolvimento de ecoinovações, considerando que produtos ecoinovadores devem atingir grau máximo de sustentabilidade (Oliveira, 2013). Nesse sentido, a biomimética é entendida como uma ferramenta para encontrar soluções para as necessidades atuais observando a natureza (Kohsaka et al. 2019).

A fronteira do conhecimento tem demonstrado que o ecodesign baseado na biomimética tem potencial para acelerar o desenvolvimento de produtos ecoinovadores, pois a natureza é sempre sustentável e tem potencial de observação e replicabilidade gratuitos. Porém, este é um campo ainda emergente e, portanto, possui potencial de investigação. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar por meio da bibliometria as contribuições científicas das publicações sobre biomimética e verificar como o design de ecoinovações de produto contribui para a eficiência energética.

Perna, Minutillo, Lavadera e Jannelli, (2018) apontam que a ecoinovação permite alcançar o desenvolvimento sustentável. Assim, as utilizações de fontes de geração de energias renováveis como, por exemplo, o sol e o ar, são notórias para o desenvolvimento de projetos. Assim, vale ressaltar a biomimética, uma ferramenta para encontrar soluções para as necessidades atuais observando a natureza (Kohsaka et al. 2019). É conhecida também como a ciência da vida, pois mantem a harmonia entre a atuação da indústria e a preservação do meio ambiente (Tamayo & Vargas, 2019).

A natureza do estudo é predominantemente descritiva, com nuances exploratórias, pois analisa um fenômeno evitando fazer intervenções. O estudo possui enfoque quali-quanti. O primeiro método de pesquisa aplicado foi a bibliometria, que permitiu analisar por meio da base de dados Web of Science a quantidade de artigos, periódicos e estudos, e teve como propósito a organização da literatura sobre o fenômeno investigado. O segundo método utilizado foi o estudo de caso, por meio do estudo de ecoinovações de produto inspiradas na natureza; para tanto, foram utilizados dados secundários.

Os resultados da revisão sistemática indicaram crescimento contínuo nas publicações sobre biomimética dos últimos cinco anos. Destacam-se a representatividade da China, com relação ao interesse sobre fontes alternativas de energia, e a multidisciplinaridade e interdisciplinaridade nos estudos sobre biomimética. Os estudos de caso permitiram a investigação de três ecoinovações: o WhalePower, para a geração de energia eólica, inspirado na barbatana da baleia Jubarte; a SmartFlower e SunBOT, para a geração de energia fotovoltaica, inspirados na flor e no caule do girassol, respectivamente.

Por meio dos projetos estudados, foi possível concluir que equipamentos construídos para a coleta de energia costumam apresentar como resultado uma maior eficiência que a inovação em seu formato tradicional. Contudo foi verificado que, embora as ecoinovações tenham a natureza como referência, tais tecnologias não podem ser consideradas totalmente limpas, o que permite concluir que uma tecnologia pode ser mais ou menos ecoinovadora, apesar da sua natureza baseada no ecodesign.

Kohsaka, R., Fujihira, Y., & Uchiyama, Y. (2019). Biomimetics for business? Industry perceptions and patent application. Journal of Science and Technology Policy Management. Perna, A., Minutillo, M., Lavadera, A. L., & Jannelli, E. (2018). Combining plasma gasification and solid oxide cell technologies in advanced power plants for waste to energy and electric energy storage applications. Waste Management, 73, 424-438. Tamayo, U., & Vargas, G. (2019). Biomimetic economy: human ecological-economic systems emulating natural ecological systems. Social Responsibility Journal.