Resumo

Título do Artigo

Fatores que levam um município a ser sustentável: um estudo empírico
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Tema

Políticas Públicas para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Pedro Luiz Cypriano Pierucci
Universidade Federal de São Carlos - Engenharia de Produção Responsável pela submissão
2 - Feni Agostinho
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP - PPGEP
3 - Cecilia Maria Villas Boas de Almeida
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4 - Tamara Fonseca
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5 - Biagio Fernando Giannetti
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Reumo

Estima-se que 70% da população mundial viverá em áreas urbanas até 2050, enfatizando a importância de ferramentas de avaliação cujos indicadores possam ser utilizados como guia para tomadores de decisão em busca de municípios mais sustentáveis. Entre outras, a Mandala ODS elaborada e operada pela Confederação dos Municípios Brasileiros CNM é uma ferramenta que objetiva quantificar a sustentabilidade de municípios brasileiros, utilizando quatro dimensões e seus vinte e oito indicadores.
Os indicadores considerados de forma individual dificilmente conseguem implementar ações que resultem em maior grau de sustentabilidade. Por outro lado, variáveis como o gênero, a ideologia e a formação do prefeito, localização regional dos munícipios, os índices de GINI e IDH, taxa de pobreza e a religião dos cidadãos, mostram-se fundamentais para a implantação de políticas públicas voltadas a sustentabilidade. Nesse sentido, este trabalho objetiva analisar a potencial evidência de associação existente entre essas variáveis com o grau de sustentabilidade quantificado pela Mandala ODS.
Segundo Huang et al. (2009), há limitações em utilizar somente indicadores de sustentabilidade para controlar a evolução das ações, pois eles dificilmente refletem as interações sistêmicas que acontecem, nem fornecem indicações normativas sobre qual direção deve ser seguida além das metas estabelecidas. Nevado Gil et al. (2020) indicaram que fatores como localização regional, gênero e ideologia da governança podem ser importantes drivers na implementação de políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável de municípios. Dierwechter (2017) discutiu a influência regional na performance.
Dados de indicadores de sustentabilidade de 52 municípios foram coletados, nos clusters 1 e 3 da Mandala ODS, e calculadas as médias por quadrante (Institucional, Econômico, Social, Ambiental). Esses valores foram submetidos a análise de agrupamento pelo software estatístico R®, e análise de variância (Anova) para obtenção de possíveis clusters para análise. Depois foi realizada uma análise de associação entre os indicadores e as variáveis, através da ferramenta estatística qui-quadrado de Pearson.
Os resultados mostram a existência de três grupos de municípios denominados como grupos 1, 2 e 3, com ordem decrescente de sustentabilidade entre eles. As análises de associação mostram que as variáveis ‘região’ e ‘IDH’ estão associados ao grau de sustentabilidade dos municípios, onde aqueles localizados nas regiões norte e nordeste, e com IDH menor que 0.65, possuem menor nível de sustentabilidade comparado com outros municípios localizados nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste.
O desenvolvimento sustentável de municípios dificilmente será alcançado apenas com a aplicação de uma conduta gerencial com foco nos indicadores de desempenho, pelo contrário, ela depende de uma visão sistêmica para entender a complexidade que exige a inclusão das partes interessadas para o sucesso de políticas públicas. Diferente de algumas evidências da literatura, as outras variáveis estudadas neste trabalho não apresentaram associação com os grupos de municípios obtidos, talvez devido à baixa população amostral considerada neste estudo.
NEVADO GIL, M.T., CARVALHO, L., PAIVA, I., Determining factors in becoming a sustainable smart city: an empirical study in Europe. Economics & Sociology 13, 24-39, 2020. HUANG, S. L., YEH, C. -T., BUDD, W. W., & CHEN, L., A Sensitivity Model (SM) approach to analyze urban development in Taiwan based on sustainability indicators. Environmental Impact Assessment Review, 29, 116–125, 2009. DIERWECHTER, Y., Urban Sustainability through Smart Growth: Intercurrence, Planning, and Geographies of Regional Development across Greater Seattle. Cham: Springer, 2017.