Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE QUALITATIVA DAS BOAS PRÁTICAS DE ECOINOVAÇÃO EM UMA PEQUENA EMPRESA BRASILEIRA
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Tema

Inovação para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Camila Acioli Marinho
- Campus Marechal Deodoro Responsável pela submissão
2 - Marcílio Ferreira de Souza Júnior
Universidade Federal Rural de Pernambuco - CODAI

Reumo

Somente após anos de exploração desenfreada de recursos naturais e crescente aumento dos padrões de produção que, por um lado, diminuíram a vida útil dos produtos e, por outro, maximizaram o consumismo, acarretando a geração de maior volume de resíduos descartados no ambiente, é que se iniciou o debate sobre o desenvolvimento sustentável (SHIEL et al., 2020). O contínuo debate sobre as questões socioambientais promoveu uma maior mobilização das empresas no intuito de seguir os três pilares da sustentabilidade.
O debate sobre sustentabilidade e meio ambiente no âmbito das pequenas e médias empresas ainda é incipiente. Acrescenta-se a ausência de políticas públicas específicas de incentivo à sustentabilidade nas PMEs.Esta inquietação-problema aqui apresentada levou ao anúncio da seguinte pergunta de pesquisa: como as boas práticas de ecoinovação são adotadas por empresas de pequeno e médio porte brasileiras? Sendo assim, o objetivo do artigo foi analisar qualitativamente as boas práticas de ecoinovação adotadas por uma pequena brasileira.
A inovação aplicada em uma instituição, seja empresa ou não, com o intuito de evitar ou reduzir os impactos causados ao ambiente é denominada de ecoinovação (RENNINGS, 2000). Pode ser implantada a partir de ferramenta tecnológica ou não-tecnológica desenvolvida pela própria instituição ou adquirida por ela. Vale ressaltar também que ela pode ser intencional ou involuntária, trazendo benefícios em ambos os casos, porém mais difícil de ser identificada quando involuntária (ARUNDEL et al., 2007).
A pesquisa foi delineada a partir de um método qualitativo (CRESWELL, 2009) adotando como caso uma empresa do setor apícola, localizada na região Nordeste do Brasil. Assim, um protocolo do estudo de caso foi desenvolvido em três etapas: (1) entrevista à diretoria da pequena empresa; (2) análise documental realizada no site institucional da empresa e de documentos fornecidos pela mesma; e (3) observação in loco. Para a análise dos dados coletados foi utilizada a divisão da inovação em quatro dimensões proposta pela OCDE (2005): organizacional, marketing, processo e produto.
A empresa possui estratégia de valorização de biomas brasileiros, “o bioma caatinga virou o bioma estrela da empresa, pois não tem cultura extensiva na região, fazendo com que não haja produtos químicos no solo, tornando o produto único e de alta qualidade. Além da caatinga permitir floradas específicas, que é a estratégia que tem sido explorada comercialmente”. Além disso, foi observada muitas práticas concentradas na infraestrutura, na escolha dos materiais para a construção da planta industrial, e operação da empresa, conduzida principalmente pela aplicação do sistema Net Zero.
Observa-se que as práticas executadas pela empresa se concentram, principalmente, nas dimensões organizacional e processo. De acordo com a estrutura da empresa, nota-se que existe um grande envolvimento da alta gerência em desenvolver um produto preocupados com todo o tripé da sustentabilidade, e usá-lo como diferenciação dos demais concorrentes. Essa preocupação reflete no cuidado com o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva, nas escolhas dos materiais a serem utilizados a estrutura física da empresa, e nos processos de operação da planta industrial.
ARUNDEL, A.V.; KEMP, R.; PARTO, S. Indicators for environmental innovation: what and how to measure. In: Marinova, D.; Annandale, D.; Phillimore, J. (Org.). International Handbook on Environment and Technology Management. Cheltenham – Reino Unido: Ed. Edward Elgar, 2007. p. 324-339. CRESWELL, J. W. Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. Thousand Oaks, California: Sage, 2009. RENNINGS, K. Redefining innovation – eco-innovation research and the contribution from ecological economics. Ecological Economics, v. 32, n. 2, p. 319-332