Resumo

Título do Artigo

INOVAÇÕES SOCIO-ECOLÓGICAS NAS CADEIAS DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS – ESTUDO DE CASO DO NEGÓCIO DE IMPACTO SUMÁ
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Tema

Inovação para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Lucas Mendes de Oliveira
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Instituto Politécnico Responsável pela submissão
2 - Luciel Henrique de Oliveira
-

Reumo

O Brasil produz cerca de 45 milhões de toneladas de FLV, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial; desse montante, 65% permanecem no mercado interno. Apesar da importância estratégica para a saúde humana e a economia nacional, o setor padece de grandes fragilidades que foram evidenciadas e intensificadas pela pandemia. Isso gerou oportunidades e lacunas de mercado que estão sendo prontamente exploradas por novos negócios, incluindo negócios de impacto, explicitamente comprometidos com a geração de impacto com faturamento e escalabilidade.
A pesquisa que originou este artigo está em andamento desde abril de 2021 e busca, a partir dos dados secundários e evidências empíricas, identificar as mudanças nacionais na oferta e demanda de FLV em face dos desafios impostos pela pandemia de COVID-19. Este artigo, especificamente, busca explorar como diferentes abordagens de gestão das cadeias de suprimentos alimentares e modelos de negócios inovadores podem ajudar a mitigar os efeitos da atual crise pandêmica e guiarem a sociedade para lógicas econômicas que promovam impactos sociais e ambientais positivos.
As cadeias de suprimentos de Frutas, Legumes e Verduras podem ser tratadas no âmbito dos “sistemas alimentares”, especialmente pela caracterização da COVID-19 como uma sindemia por alguns autores. À luz da presente crise, surgem possibilidades e potencialidades de se investir no fortalecimento das cadeias curtas diante da necessidade de se aprimorar a resiliência dos sistemas sociais-ecológicos. As inovações da Agricultura 4.0, em conjunto com a abordagem dos negócios de impacto direcionadas a pequenos produtores, podem fornecer caminhos para esse objetivo e o atingimento dos ODS 2, 11 e 12.
A pesquisa pode ser classificada como qualitativa, descritiva e exploratória, partindo da análise documental (dados secundários) sobre as mudanças na oferta e demanda de FLV a nível nacional e eventuais inovações na gestão das cadeias de suprimentos e em modelos de negócio, usando-se em seguida de entrevistas virtuais semiestruturadas (dados primários) sobre alguns casos de destaque dentre as inovações mapeadas que atendam aos ODS 2, 11 e 12. Neste contexto, a estratégia mais adequada é o estudo de caso, que trata de questões do tipo “como” e “por quê”.
Com a pandemia, houve redução de mais de 85% do consumo de alimentos saudáveis nesta segmentação. Verifica-se a grande influência da dimensão de “acessibilidade (econômica)” (BÉNÉ et. al., 2021) na ocorrência da insegurança alimentar, devido à diminuição das rendas das famílias – apenas atenuada pelo Auxílio Emergencial. No país já se verifica uma crescente comunidade de negócios de impacto voltados à agricultura familiar, dentre os quais a startup Sumá oferece um rico referencial de como desenvolver soluções multidimensionais para o avanço tanto em direção ao ODS 2 quanto aos ODS 11 e 12.
Com a crise pandêmica, os desafios já enfrentados pela sociedade global para avanço em direção ao ODS 2 (“Fome zero e agricultura sustentável”) foram agravados, com forte elevação da insegurança alimentar em países subdesenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil. Tal cenário contrasta com a pujança usualmente apresentada pelo agronegócio nacional e o avanço da Agricultura 4.0. Contudo, a abordagem dos negócios de impacto na agricultura pode colaborar para a construção de sistemas sociais-ecológicos resilientes e evolucionários, impulsionando a qualidade de vida e os recursos naturais.
BÉNÉ, C. et. al. “Impacts of COVID-19 on people’s food security: foundations for a more resilient food system”. Report prepared for the CGIAR COVID-19 Hub Working Group 4, CGIAR, 90p. 2021. BUAINAIN, A. M.; CAVALCANTE, P.; CONSOLINE, L. “Estado atual da agricultura digital no Brasil: inclusão dos agricultores familiares e pequenos produtores rurais”, Documentos de Projetos (LC/TS.2021/61), Santiago, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), 2021. HOLLING, C. S. (2001), “Understanding the complexity of economic, ecological, and social systems”, Ecosystems, Vol. 4 No. 5.