Resumo

Título do Artigo

ESTRESSE OCUPACIONAL EM POLICIAIS PENAIS: Estudo em uma Unidade Prisional de Minas Gerais
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Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Rafaela Gonçalves Campos
-
2 - Arlete Aparecida de Abreu
Instituto Federal de Minas Gerais - Campus Formiga - ifmg
3 - Sarah Lopes Silva
Instituto federal de Educação Ciências e Tecnologia de Minas Gerais - Formiga Responsável pela submissão

Reumo

O policial penal é um profissional sujeito ao desenvolvimento de estresse (BEZERRA, 2018; LIMA, 2017; BARBOSA, 2015; JASKOWIAK e FONTANA, 2015; SCARTAZZINI, 2014; SILVA, 2012) devido ao contato direto com apenados de alta periculosidade, a exposição à possibilidade de rebeliões, ameaças, intimidações e até agressões e risco à própria vida (JASKOWIAK; FONTANA, 2015). Para Bonez, et.al. (2013), além das demandas do cargo, o policial penal convive com o cenário precário do sistema prisional brasileiro, que somado à indiferença da sociedade, acabam colaborando para o surgimento do estresse.
A pergunta que norteou esta pesquisa foi: Quais as principais fontes de tensão e suas intercorrências no trabalho dos policiais penais de uma Unidade Prisional de Minas Gerais? O objetivo deste trabalho foi identificar os níveis de estresse ocupacional em policiais penais, bem como suas intercorrências.
O estresse ocupacional “ocorre na interação entre as condições do trabalho e as características de cada pessoa” (ZAMBON, 2014, p.17); podendo ser definido como situações em que o trabalhador se vê ameaçado por suas exigências profissionais físicas ou mentais. Esse processo afeta negativamente sua relação com os outros e com o ambiente de trabalho (MENDOZA et.al, 2007). Portanto, “deve-se partir da premissa de que o estresse ocupacional é situacional” (MAFFIA, 2013, p.16.), sendo algumas profissões por si propensas ao desenvolvimento de estresse (MOLINA E CALVO, 2009).
Foram pesquisados 98 policiais penais lotados na unidade pesquisada. O instrumento de coleta utilizado foi o questionário aderente ao Modelo Teórico de Explicação do Estresse Ocupacional em Gerentes (MTEG), desenvolvido e validado por Zille (2005), adaptado para este estudo. Os dados foram processados com a utilização dos softwares Excel e SPSS - Statistical Package for the Social Sciences e analisados com base na estatística descritiva univariada e bivariada.
Os resultados indicam que 89% dos pesquisados apresenta estresse variando de leve a moderado a muito intenso e as principais fontes causadoras são relacionadas ao número de efetivo insuficiente, ao risco biológico de doenças infectocontagiosa, a superlotação e a alta periculosidade dos detentos, além do relacionamento com os próprios colegas e a direção.
O estudo destaca ações sugestivas que envolve o governo, a direção da Unidade e também os policias penais na tentativa de colaborar para a redução do nível de estresse vivenciado pelos servidores, uma vez que 96% da amostra afirmam que o trabalho estressado interfere no trabalho e acarreta risco de esquecer algum procedimento de segurança, tratar com rispidez algum colega e trabalhar desmotivado sem o rendimento esperado.
LIMA, Ana Izabel Oliveira. Trabalho e saúde mental: o caso dos agentes do sistema prisional no Rio Grande do Norte. 2017. 204f. Tese (Doutorado em Psicologia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. ZILLE, L. P. Novas perspectivas para a abordagem do estresse ocupacional em gerentes: estudo em organizações brasileiras de setores diversos. 2005. 253f. Tese (Doutorado) – Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Universidade Federal de Minas Gerais, 2005.