Resumo

Título do Artigo

INSERÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM EMPRESAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
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Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Martha Beier
Unigranrio - Administração
2 - Iluska Lobo Braga
- Universidade do Grande Rio
3 - André Luís Faria Duarte
Comissão Nacional de Energia Nuclear - Sede Responsável pela submissão
4 - Maria Cristina Fogliatti de Sinay
- Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO

Reumo

A inclusão da Pessoa com Deficiência (PCD) na sociedade é uma questão complexa, dinâmica, atual, paradoxal e que necessita do olhar multidisciplinar, com a participação efetiva de profissionais de várias áreas, principalmente no que diz respeito à inserção no mercado formal de trabalho. A nova configuração da obrigatoriedade da contratação de PCD foi adotada como opção de política pública no Brasil, mas tem apresentado problemas provocados pela desobediência civil das empresas em não cumprir a lei.
As questões que norteiam a pesquisa são: estão os gestores e o pessoal de Recursos Humanos aptos para cumprir com efetividade e assertividade o objetivo de ação afirmativa proposto pela lei 8213/91 – Lei de Cotas? Quais os paradigmas de deficiência estão sendo aplicados no processo de contratação de PCD pelas empresas brasileiras na atualidade? Desta forma, sob a égide dos funcionários da área de recursos humanos e dos gestores, pretende-se identificar as percepções destes profissionais a respeito do funcionário PCD, e verificar quais os paradigmas empregados.
O modelo social de deficiência enxerga além dos parâmetros colocados pelo modelo médico, identificando no contexto social as lacunas a serem preenchidas por ações de políticas públicas e privadas (BECHARA, 2011). Shimono (2008) ratifica a existência do Paradigma da Reparação ou Normalidade sinalizando a realização da prática da reabilitação na busca pela integração ou “normatização” da pessoa com deficiência na sociedade. Enquanto isso, e de acordo com Pereira, Lara e Andrade (2018) a sociedade pouco ou nada assume o compromisso ou responsabilidade da integração da PCD.
Esta pesquisa de natureza aplicada se caracteriza por ser descritiva e empírica e emprega a análise de conteúdo e abordagem quantitativa e qualitativa como técnicas. Para a coleta dos dados, foi utilizado questionário. A pesquisa foi realizada com vinte e duas pessoas com experiência profissional na contratação de PCD.
Verificou-se a presença do paradigma da Diversidade nas respostas predominantemente negativas relacionadas às frases que asseguram que PCD são mais propensas a se acidentarem, que dificultam o relacionamento nas empresas, dentre outras. A presença do paradigma da Normalidade é observada nas respostas afirmativas para a frase: a maioria das PCD estão empregadas por causa da lei de cotas, com o que se demonstra que os respondentes consideram que a sociedade ainda não está preparada para agir de forma voluntária nessa questão.
A análise dos resultados obtidos na pesquisa demonstrou que os paradigmas apresentados ainda convivem na caracterização do conceito de deficiência dos gestores e funcionários entrevistados. Constatou-se que o paradigma da Diversidade, que estabelece a possibilidade de vantagens competitivas na contratação de equipes multiculturais e grupos heterogêneos, ainda é, para algumas das empresas, uma utopia, apesar da pesquisa observar certa evolução em relação a pesquisas anteriores. Questões ligadas ao paradigma da Normalidade ainda se fazem presentes no pensamento das pessoas que trabalham com PCD.
BECHARA, F. R. Direitos e Garantias da pessoa com deficiência: um processo em construção. Revista Deficiência Intelectual, n. 1, p. 22-25, 2011. PEREIRA, F. Q.; LARA, M. A.; ANDRADE, D. de P. O conceito de capacidade legal na convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM, v. 13, n. 3, p. 948-969, 2018. SHIMONO, S. O. Educação e trabalho: caminhos da inclusão na perspectiva da pessoa com deficiência. 2008. Dissertação de Mestrado (Faculdade de Educação). Universidade de São Paulo, 2008.