Resumo

Título do Artigo

A gestão da propriedade intelectual no âmbito de companhias de saneamento básico brasileiras
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Tema

Inovação para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Etienne Unias de Vasconcelos
- PPAC Responsável pela submissão
2 - Augusto Cézar de Aquino Cabral
Universidade Federal do Ceará - UFC - Universidade Federal do Ceará
3 - Lizy Manayra Santos Oliveira
Universidade Federal do Ceará - UFC - FEAAC
4 - Antonio Jocélio Alves Pereira
- FEAAC

Reumo

O desafio para as companhias de saneamento, que também é um serviço de caráter público, é o de ampliar a cobertura total de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgotamento sanitário (NASCIMENTO; HELLER, 2005). Como resposta aos desafios, o setor desenvolve novas ideias que resultam em soluções inovadoras efetivas, impactando no desenvolvimento e na qualidade de vida das pessoas (CUNHA, 2017) ) e também do meio ambiente, gerando uma sustentabilidade pautada no tripé constituído pela junção da função econômica, social e ambiental das organizações.
Considerando a relevância do saneamento para o desenvolvimento social e econômico do País, surge o seguinte questionamento: como as companhias de saneamento básico brasileiras realizam a gestão da Propriedade Intelectual? O objetivo geral foi investigar como as companhias de saneamento básico brasileiras realizam a gestão da propriedade intelectual. Para tanto, são perseguidos os objetivos específicos: (i) identificar a existência da área de PD&I nas companhias; (ii) analisar o gerenciamento da propriedade intelectual e (iii) identificar a atuação de PD&I interna das companhias.
A propriedade intelectual deve ser considerada como um assunto estratégico. Dessa forma, a patente é um título de propriedade com período definido e concedido pelo Estado que permite o monopólio da invenção, excluindo aqueles não autorizados de atos relativos à matéria protegida. Para Huizingh (2011), o gerenciamento da propriedade intelectual é desafiador. Diante desse contexto, observa-se a importância da inovação no processo de transformar as oportunidades em novas ideias para a gestão da demanda e a garantia da oferta dos serviços de água e de esgotamento sanitário para a sociedade.
Para alcançar os objetivos deste trabalho, foi utilizado método qualitativo, sendo levantados e analisados dados primários e secundários. A coleta dos dados primários passou por duas fases: a primeira ocorreu pelo envio de questionários que permitiram a identificação das áreas de P&D e/ou de inovação; a segunda fase foi constituída por entrevistas e pela aplicação de questionários pós-entrevistas, para aprofundamento e triangulação. As unidades de análise foram as companhias estaduais brasileiras de saneamento básico, com atuação relevante e que atenderam simultaneamente aos requisitos exposto
Das 17 companhias selecionadas para o estudo, 11 delas possuem área de PD&I estruturada e apenas 6 atenderam a todos os requisitos da pesquisa, conforme descrito na metodologia. 90,9% das companhias apontaram inovações no produto e mudanças significativas nas relações com outras empresas e 80% afirmaram que as novas tecnologias foram desenvolvidas em conjunto com outras empresas ou instituições. São duas as formas de proteção de novas ideias: contratos de patentes e celebração de acordos e convênios. Além disso, o papel de facilitadora interna da inovação foi fortemente apontado na pesquisa.
Demonstrou-se em primeiro lugar que o uso de patentes ainda é pouco utilizado, sendo as ideias disseminadas e protegidas dentro do setor majoritariamente em forma de convênios. Foram apresentados avanços teóricos, destacando-se algumas contribuições acadêmicas, ainda não mencionadas nos estudos nacionais: mapa da geração de valor e os pontos cegos que interferem na condução do processo de geração e implementação de novas ideias. Os achados não podem ser generalizados, pois se trata de uma pesquisa qualitativa. Para estudos futuros, sugere-se ampliar a investigação em outras companhias.
CHESBROUGH, Henry. Inovação aberta: como criar e lucrar com a tecnologia. trad. Luiz Claudio de Queiroz Faria; rev. téc. Jonas Cardona Venturini. Porto Alegre: Bookman, 2012. GASSMANN, O.; ENKEL, E. Towards a theory of open innovation: three core process archetypes. R&D management conference, v.6, 2004. GASSMANN, O.; BARDER, A. Martin.BodyguardsfürIhreIdeen. Io management, n.4, 2004. HUIZINGH, E. Open innovation: State of the art and future perspectives. Technovation, v. 31, n. 1, 2011. TIDD, Joe; BESSANT, John. Gestão da inovação. Porto Alegre: Bookman, 2015.