Resumo

Título do Artigo

SUSTENTÁVEIS, INOVADORAS, INCLUSIVAS E DIVERSAS? FEIRAS CRIATIVAS E SUA RELAÇÃO COM OS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA CRIATIVA BRASILEIRA
Abrir Arquivo

Tema

Cidades Sustentáveis e Inteligentes

Autores

Nome
1 - FRANCISCO EDSON RODRIGUES DA SILVA
- Programa de Pós-graduação em Administração e Controladoria (PPAC/UFC) Responsável pela submissão
2 - Guilherme Nunes Monteiro dos Santos
Universidade Federal do Ceará - UFC - FEAAC
3 - Joyce Almeida França
-

Reumo

A economia criativa surge em um contexto pós-industrial, sendo uma economia baseada na criatividade e na cultura, constituindo-se uma alternativa para o desenvolvimento de economias emergentes. Assim, países em todo o mundo centralizam esforços em desenvolver suas economias criativas, a exemplo do Brasil, que organizou um plano político com quatro princípios: sustentabilidade, inovação, diversidade cultural e inclusão social. Nesse contexto, as feiras criativas são espaços onde produtores de setores criativos, da moda à gastronomia, podem expor seus produtos e serviços e chegar ao público.
Assim, o objetivo deste trabalho é analisar como se apresentam os princípios da economia criativa brasileira na dinâmica das feiras criativas, tomando como lócus a cidade de Fortaleza – CE, destaque no cenário da economia criativa, chancelada como Cidade Criativa em 2019 pela UNESCO, o que revela o momento oportuno e a relevância desta pesquisa.
A economia criativa ganhou destaque nas últimas décadas, o que despertou o interesse dos governos ao redor do mundo para a potência de desenvolvimento que representa. O Brasil criou em 2011 um plano que elenca os princípios que devem balizar a economia criativa brasileira: diversidade cultural, sustentabilidade, inovação e inclusão social. Tais princípios apontam para um crescimento consistente e adequado a nossa realidade, baseado no desenvolvimento economico, social e ambiental que inclua a todos (BRASIL, 2011; ROFE; WOOSNAM, 2016; ZHU, CHEN, LIAN, 2018).
A metodologia partiu de uma abordagem qualitativa e descritiva-exploratória, tomando como unidades de análise três feiras criativas de destaque da cidade de Fortaleza (CE), com duas etapas de coleta de dados: (1) pesquisa documental e em mídias sociais; (2), entrevistas semiestruturadas com idealizadores das feiras. Para análise dos dados, realizou-se análise de conteúdo.
As evidências mostram que as feiras criativas se constituem como espaços onde prevalecem a pluralidade de linguagens artísticas e a variedade cultural. Ainda, as feiras apoiam projetos sociais e promovem grupos minoritários o empreendedorismo feminino. Entretanto, não alcançam regiões periféricas da cidade. Evidenciaram-se práticas de economia de energia e gerenciamento de resíduos, além da promoção de oportunidades de renda e acessibilidade a espaços. O estímulo à inovação destaca-se por meio da troca de práticas e conhecimentos, e o gerenciamento estratégico da comunicação.
Os resultados mostram que as feiras se alinham aos princípios da economia criativa brasileira. A inclusão social se manifesta no apoio a projetos sociais e fomento do empreendedorismo feminino. A sustentabilidade aparece no correto descarte de resíduos, enquanto a diversidade é apontada como valor central. Quanto à inovação, a comunicação e o intercâmbio social promovidos nas feiras são destacados. Emerge a necessidade de uma aproximação do poder público junto às feiras, principalmente na promoção do alcance dessas feiras em outras regiões da cidade, afastadas do eixo nobre da capital.
BRASIL. Secretaria da Economia Criativa. Ministério da Cultura (MINC). Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações, 2011-2014. Brasília: Ministério da Cultura, 2011. ROFE, M. W.; WOOSNAM, C. L. Festivals as a vehicle for place promotion: cars, contestation and the creative city ethos. Landscape Research, v. 41, n. 3, 2016. ZHU, H.; CHEN, K.; LIAN, Y. Do temporary creative clusters promote innovation in an emerging economy?A case study of the Beijing design week. Sustainability (Switzerland), v. 10, n. 3, 2018.