Resumo

Título do Artigo

Quão diferentes e quão iguais? Análise de cluster aplicada aos dados de inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa de empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira
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Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - JULIANA COSTA RIBEIRO PRATES
Universidade Federal de Minas Gerais - FACE Responsável pela submissão
2 - ALINE SOUZA MAGALHÃES
Universidade Federal de Minas Gerais - FACE
3 - THIERRY MOLNAR PRATES
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Economia
4 - BRUNA CAMARGOS AVELINO
Universidade Federal de Minas Gerais - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

Considerando os instrumentos de política ambiental pode-se identificar que a regulação tradicional pode exercer efeitos diferentes entre os clusters de empresas. Ao se considerar as emissões de GEE, o potencial de investimento em novas tecnologias, incentivos monetários aos gestores, além das demais variáveis incluídas neste estudo, verifica-se que as empresas mais poluentes são aquelas que mais se preocupam em internalizar os efeitos ou externalidades negativas ao divulgar o controle e a gestão de suas emissões, além de se engajarem em divulgações ESG.
O objetivo desta pesquisa é compreender de que forma as empresas listadas na Brasil, Bolsa, Balcão (B3) que divulgam inventários de emissões no Brasil se assemelham ou se distinguem, mediante variáveis quantitativas relacionadas à intensidade de emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa), ao tamanho da empresa, à receita operacional líquida, ao potencial de investimentos em novas tecnologias, à comunicação e à responsabilidade socioambiental.
Sob a ótica da teoria da regulação, o estudo promove reflexões acerca das emissões no Brasil e de seu impacto sobre os debates sobre o problema ambiental. A relevância do estudo está em proporcionar evidências para orientar a política regulatória de redução de emissões de GEE, considerando características peculiares das firmas, como o potencial de investimentos em novas tecnologias.
Optou-se pela utilização da análise clusters e análise de variância - ANOVA de empresas que realizam o disclosure (evidenciação) de inventários de emissões de carbono e sua separação por similaridade em características de potencial de poluição, de setor de atuação, de tamanho, de receita operacional líquida, de potencial de investimentos em novas tecnologias e de adaptação de processo produtivo de baixo carbono, comunicação e responsabilidade socioambiental. Analisou-se uma amostra com 31 empresas no período de oito anos (2012-2019).
Os resultados obtidos por meio da análise de clusters mostram que empresas como a Petrobrás (Cluster 4) e do Cluster 3 (JBS, Vale, Ultrapar e CBD), além de emitirem mais GEE, são empresas de maior porte, com maior receita, mais preocupadas com a comunicação e responsabilidade socioambiental, além de incentivarem seus executivos por meio de maiores remunerações. Por apresentarem características tão distintas das demais, tais empresas ou setores poderiam eventualmente ser movidas por incentivos diferentes da regulação tradicional.
A pesquisa fornece evidências de que a regulação pode não exercer impacto tão importante nas decisões de implementação de sistemas de gestão ambiental, selos, padronizações e inovações tecnológicas em grandes firmas brasileiras, que normalmente se antecipam à regulação. Em contrapartida, o recrudescimento da regulação pode forçar a adequação de firmas menores.
Lustosa, M. C. J. (2003) Industrialização, Meio Ambiente, Inovação e Competitividade. In: May, P. H. Lustosa, M. C. e Vinha, V. (orgs.) Economia do Meio Ambiente. Campus. Magalhaes, A. S. & Domingues, E, P, (2013), Economia de baixo carbono no Brasil: alternativas de políticas, custos de redução de emissões de gases de efeito estufa e impactos sobre as famílias, Encontro Nacional de Economia, XLI. Marcovitch, J, As empresas e a legislação verde no Brasil, A Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa e a Legislação Brasileira, 2.