Resumo

Título do Artigo

BARREIRAS E FATORES FACILITADORES PARA UMA UNIVERSIDADE SUSTENTÁVEL: O CASO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
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Tema

Estratégia para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Vinícius Silva Flausino
Universidade de São Paulo - USP - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - FEA Responsável pela submissão
2 - HAMILTON LUIZ CORREA
-

Reumo

Organizações educacionais de um modo geral, em especial as universidades, ocupam uma posição de destaque no desenvolvimento de um mundo mais sustentável. Em que pese a relevância do papel das universidades na promoção do desenvolvimento sustentável, o progresso neste sentido não se dá de maneira tão célere quanto o desejável em função da ausência de condições adequadas. A literatura mostra que, ao mesmo tempo em que existem fatores facilitadores, também existem barreiras para a transformação da universidade no sentido de uma organização mais sustentável.
As barreiras e os facilitadores a uma Universidade Sustentável são endereçados na literatura internacional, mas aparecem apenas de forma tangencial nas publicações nacionais. Assim, parte-se da pergunta de pesquisa: Quais as principais barreiras e fatores facilitadores para uma Universidade Sustentável no contexto brasileiro? Destarte, o objetivo deste artigo é identificar as principais barreiras e fatores facilitadores para uma Universidade Sustentável, a partir de um estudo de caso realizado na Universidade Federal do Triângulo Mineiro.
De acordo com Beynaghi et al. (2014), o termo “Universidade Sustentável” é equivalente a “universidade para o desenvolvimento sustentável” (BEYNAGHI et al., 2014). Para Blanco-Portela et al. (2017), a mudança das universidades no sentido da sustentabilidade ocorre de forma iterativa e deve considerar todo o sistema, bem como seus componentes. Nesse sentido, propuseram cinco categorias para os fatores facilitadores e barreiras à mudança das universidades: estrutura interna da organização; fatores externos; stakeholders; arranjo institucional; e recursos (BLANCO-PORTELA et al., 2017).
Nesta pesquisa, adota-se a abordagem a qualitativa, de natureza descritiva. Utilizou-se do método de estudo de caso sendo a organização escolhida para a realização do estudo a Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM, por se consistir em organização pública de ensino superior, e em função de a Universidade no ano de 2018 ter ficado em oitavo lugar dentre as universidades brasileiras avaliadas pelo ranking Green Metric. A análise das fontes documentais e do material empírico resultante da transcrição das entrevistas foi realizada por meio da técnica da análise de conteúdo clássica.
Assim como na literatura, na organização analisada foram encontradas mais barreiras que fatores facilitadores para a promoção de uma universidade sustentável. Com relação às barreiras, o maior número de foi encontrado nas categorias “Estrutura Interna da Organização” e “Stakeholders”, e em menor número em “Arranjo Institucional” e “Recursos”. Ao mesmo tempo em que não foram identificadas barreiras em “Pressões Externas”, esta categoria apresentou o maior número de fatores facilitadores, identificados para as demais categorias à exceção de “Arranjo Institucional”.
Ao serem analisadas em conjunto, barreiras e facilitadores no caso analisado parecem ser, de modo geral, complementares. Nesse sentido, a promoção de uma cultura de sustentabilidade poderia fomentar a exploração de fatores facilitadores, como a disponibilidade de estrutura interna, e a superação de barreiras identificadas, como o excesso de burocracia e desperdício. O caso analisado mostra que a identificação de barreiras e facilitadores a universidades sustentáveis deve ser apenas o ponto de partida para pesquisas que busquem a promoção da sustentabilidade no complexo ambiente universitário.
BEYNAGHI, A. et al. Towards an orientation of higher education in the post Rio+20 process: How is the game changing? Futures, v. 63, p. 49–67, 2014. BLANCO-PORTELA, N. et al. Towards the integration of sustainability in Higher Education Institutions?: A review of drivers of and barriers to organisational change and their comparison against those found of companies. Journal of Cleaner Production, v. 166, p. 563–578, 2017. Disponível em: .