Resumo

Título do Artigo

RESTRIÇÃO FINANCEIRAS E QUALIDADE DO AMBIENTE INFORMACIONAL SOB A PERSPECTIVA DAS EMPRESAS EM SUB INVESTIMENTO
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Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Geisa Cassiana Paulino da Silva
Universidade Federal da Paraíba UFPB - Campus I Responsável pela submissão
2 - Francisco Alves de Souza Neto
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3 - Wenner Glaucio Lopes Lucena
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Reumo

Restrição financeira é uma condição negativa para as empresas, dado que não conseguem financiar todos os projetos desejados, pois possuem restrições de créditos, incapacitada de emitir títulos patrimoniais, dificuldade em captar empréstimos bancários, iliquidez (Edwards et al., 2016; Fazzari et al., 1988). A relação entre exposição a restrição de captar financiamento e a resultante redução ou até mesmo não realização de investimentos é uma relação teórica e presente na definição atribuída por Lamont et al., (2001) ao estado de quando uma empresa está em situação de restrição financeira.
Esta pesquisa diferencia-se por buscar estudar a relação entre restrição financeira e a situação de sub investimento resultante disto, ponderando que variáveis relacionadas a qualidade do ambiente informacional podem ter um efeito moderador na relação entre restrição financeira e realização de investimento em um nível sub ótimo. Assim, apresenta-se o seguinte objetivo de pesquisa: analisar como a restrição financeira pode levar as empresas a condição de sub investimento, considerando a presença de características do ambiente que melhoram a qualidade informacional.
As decisões de onde, como, quando e quanto investir têm relação com o tipo de fonte disponível para financiamento. Nesse sentido uma empresa em situação de restrição financeira estaria impedida de obter financiamento para todos os investimentos desejados, devido à incapacidade de contrair empréstimos, incapacidade de emitir ações [...] (Lamont et al., 2001), convergindo para um possível nível não ótimo ou anormalmente baixo de investimentos. Adicionalmente, Biddle et al., (2009) documentam o efeito moderador da qualidade dos relatórios contábeis sobe os níveis de excesso e sub investimento.
Amostra não probabilística extraída da B3 com 91 empresas e 819 observações. A mensuração da condição de sub investimento para uma dada empresa i no tempo t foi feita conforme modelo de Há e Fang (2020). Para classificar uma empresa como restrita financeira, foi usado o modelo de Demonier, Almeida & Bortolon (2015). Para testar a H1 e H2 do estudo, foi usado um modelo logit longitudinal, conforme equação 2 e 3, respectivamente, em que o modelo para testar a H2 foi modificado inserindo as variáveis de interação entre a variável de restrição financeira e qualidade do ambiente informacional.
O tamanho da empresa, a dummy de setor e de crise apresentam associação significante com a condição de sub investimento da empresa. Pode-se observar que o tamanho-Sz (-0,19) apresentou-se significante e relação negativa, indicando uma esperada redução 21,95 % na chance de se incorrer em sub investimento quando a empresa é de grande porte. Adicionando as variáveis de interação, as empresas da amostra em condição de restrição financeira seriam menos propensas a realizarem sub investimento, isto quando a restrição financeira é moderada ou tem seus efeitos associados com a cobertura de analistas.
Os achados da pesquisa são suportam uma relação estatisticamente significante, como descritas na H1 e H2, para a amostra usada. A inserção das variáveis de interação, onde empresas restritas financeiramente, porém com cobertura de analistas, e com fluxos de caixa operacionais, levaria a condição de realização de investimento a níveis intermediários ou acima dos seus pares de setor. Por outro lado, o porte da empresa estaria associado a uma menor chance de esta incorrer em sub investimento, e anos de crise econômica teriam efeitos sobre a realização de investimento abaixo de um nível ótimo.
Biddle, G. C., Hilary, G., & Verdi, R. S. (2009). How does financial reporting quality relate to investment efficiency? Journal of Accounting and Economics, 48(2–3), 112–131. Demonier, G. B., de Almeida, J. E. F., & Bortolon, P. M. (2015). O impacto das restrições financeiras na prática do conservadorismo contábil. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 17(57), 1264–1278. Ha, J., & Feng, M. (2020). Tax avoidance and over-investment: The role of the information environment. Journal of Corporate Accounting and Finance, 32(1), 48–77. https://doi.org/10.1002/jcaf.22477