Resumo

Atualmente, o município de Maricá (RJ) apresenta um sistema de transporte público e de mobilidade urbana que não atende às necessidades de deslocamento crescente da população, em função da forte dependência das rodovias estaduais que cortam seu território, utilizando-as como meio para realização de viagens intermunicipais, o que provoca superposição das funções viárias e conflitos de fluxos.

Há problemas de acesso associados à falta de infraestrutura rodoviária e faltam pontos de ônibus regulamentados, o que dificulta as ações de planejamento e reduz a taxa de confiabilidade da população na prefeitura. A pergunta-problema para este trabalho é: Qual é a avaliação que se pode fazer sobre a situação da cidade de Maricá à luz das inovações em transporte e mobilidade urbana? Objetivo: Promover um plano de orientações para Maricá (RJ), elucidando pontuações sobre transporte e mobilidade, a fim de melhorar a acessibilidade e as condições ambientais urbanas.

As políticas públicas de incentivo ao uso dos transportes individuais se tornaram um sério problema nos centros urbanos, já que o aumento da taxa de motorização impacta no deslocamento da população, favorece o espraiamento urbano e horizontalidade, e configura o aumento de deslocamentos (CALDEIRA, 2000; GEHL, 2015). No que diz respeito aos impactos sociais, ambientais e de saúde gerados pelo uso exagerado do carro, enquanto principal modal de transporte de pessoas, alerta-se que a falta de planejamento prejudica o avanço civil, sem contar que os espaços públicos se tornam socialmente injustos.

O estudo apresentado foi realizado por meio de duas pesquisas qualitativas que tiveram dois tipos de sujeitos distintos: (i) a população de Maricá, e (ii) gestores e técnicos da administração sobre que trabalham na área de Transporte, profissionais da administração direta e indireta do município. Com base no delineamento e na teoria pesquisada, foram criadas as perguntas da entrevista, e a discussão foi realizada de modo a permitir que se refletisse sobre a forma com a qual o poder público vem atuando.

Destaca-se uma série de ações voltadas ao aprimoramento de determinadas funções que integram o planejamento e o desenvolvimento sustentável da cidade, subsidiando o dinamismo social e econômico maricaense, em consonância com os indicadores de qualidade de vida positivos. Analisando as condições de acesso, de transporte e de mobilidade da referida cidade, citam-se as potencialidades e as singularidades locais no que diz respeito à proteção do meio ambiente, pois já são identificadas tendências que conjugam economia e planejamento sustentável.

Em relação à demanda da qualificação ambiental, observa-se que os quesitos qualidade de vida e oportunidade estão diretamente associados, em prol dos valores sociais, contrários a uma sociedade “autocêntrica”, de valores individualistas. Sob essa perspectiva, conclui-se que o planejamento urbano deve ser realizado de acordo com as medidas de sustentabilidade, a partir de uma base sólida para iniciar o plano-modelo no município.

CALDEIRA, T. P. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo, Editora 34/Edusp, 2000. GEHL, J. Cidades para pessoas. 3 ed. São Paulo: Editora Perspectiva S.A., 2015. LIMA NETO, V. C.; GALINDO, E. P. Planos de mobilidade urbana: instrumento efetivo da política pública de mobilidade? Texto para discussão. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília: Rio de Janeiro: Ipea, 2015. PORTUGAL, L. S.; FLOREZ, J.; SILVA, A. N. R. Rede de pesquisa em transportes: um instrumento de transformação e melhora da qualidade de vida. Transportes, n. 8, 2010. p. 6-16.