Resumo

Título do Artigo

DIVULGAÇÃO E EMISSÃO DOS GASES DO EFEITO ESTUFA NO SETOR DE HEALTHCARE: ENRIQUECENDO AS PESQUISAS COM ANÁLISE MULTINÍVEL
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - Thicia Stela Lima Sampaio
- FEAACS Responsável pela submissão
2 - Alan Bandeira Pinheiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - Programa de Pós-Graduação em Administração
3 - Rubens Carlos Rodrigues
- Programa de Pós Graduação em Administração / UNIFOR
4 - Wilson Toshiro Nakamura
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Reumo

A emissão e divulgação dos gases do efeito estufa tem assumido grande relevância e interesse por parte de organismos supranacionais, governos, empresas e sociedade civil. No entanto, há lacunas de pesquisas para setores como do healthcare, que se estacou nos últimos dois anos com a pandemia da Covid-19, ratificando assim sua posição de relevância na cadeia de produção e logística mundial expondo o nível de dependência da sociedade ao setor, o qual ainda carrega desafios crescentes como o de adequação às regulações ambientais cada vez mais rígidas.
Há de se considerar necessário distinguir a divulgação de informações de gases do efeito estufa (GEE) da efetiva emissão de GEE, o que por vezes tem sido uma nomenclatura confusa empregada nas variáveis que identificam as temáticas. Destarte, unindo-as sob uma única investigação esta pesquisa visa responder: Que fatores podem influenciar a divulgação de informações sobre GEE e o seu quantitativo de emissões nas empresas do setor de healthcare? Cujo objetivo consiste em examinar o efeito das características multinível (micro, meso e macro) sobre a divulgação de gases do efeito estufa.
No nível micro (interno à organização), tem-se a Teoria da Sinalização, na qual a empresa gerencia inputs e outputs de recursos, e divulga ao mercado, por meios de seus relatórios fiscais obrigatórios ou voluntários, sua posição financeira. No segundo nível, tem-se a Visão baseada em recursos, com a governança corporativa operando para a melhor eficiência e alinhamento dos diversos interesses entre as partes interessadas. No terceiro nível (externo à empresa), tem-se as Variedades do Capitalismo regendo a forma de interação e objetivos entre os diversos stakeholders.
Esta pesquisa é descritiva, explicativa com abordagem quantitativa. Estruturou-se um painel desbalanceado com 13.680 observações de uma amostra composta por 2.736 empresas do setor de Healthcare, com dados do período de 2016 a 2020, coletados da base de dados Thomson Reuters Eikon. A totalidade de dados foi abordada mediante duas técnicas econométricas: Feasible generalized least squares (FGLS) e Logit binário, ambas em análise multinível (mircro, meso e macro). Ao todo foram elaborados seis modelos distintos, três para cada uma dessas técnicas.
Com o suporte da Teoria da sinalização, da Visão baseada em recursos e da Abordagem das variedades do capitalismo foram lançadas seis hipóteses de pesquisa. Os achados da pesquisa demonstram que empresas com mais recursos financeiros tendem a divulgar mais sinais ao mercado sobre suas emissões de gases do efeito estufa. Empresas que possuem conselhos maiores e com maior independência de seus membros são capazes de fazer uma maior divulgação de gases do efeito estufa. Por fim, em economias de capitalismo coordenado, as empresas são mais engajadas na divulgação de gases do efeito estufa.
Os achados da pesquisa apontam que: i) empresas maiores com mais recursos financeiros tendem a divulgar mais sinais ao mercado sobre suas emissões de gases do efeito estufa; ii) o tamanho do conselho afeta positivamente a emissão de GEE; iii) a diversidade do conselho afeta positivamente a divulgação de informações sobre GEE; iv) diferentes tipos de capitalismo podem demandar diferentes respostas das organizações em relação à divulgação de GEE. Tais resultados implicam em importantes contribuições de cunho teórico, gerencial e inclusive governamental, apresentadas nas conclusões.
Crifo, P., Escrig-Olmedo, E., & Mottis, N. (2019). Corporate Governance as a Key Driver of Corporate Sustainability in France: The Role of Board Members and Investor Relations. Journal of Business Ethics, 159(4), 1127–1146. https://doi.org/10.1007/s10551-018-3866-6 Gallego?Álvarez, I., & Pucheta?Martínez, M. C. (2019). Environmental strategy in the global banking industry within the varieties of capitalism approach: The moderating role of gender diversity and board members with specific skills. Business Strategy and the Environment, June, 1–14. https://doi.org/10.1002/bse.2368