Resumo

Título do Artigo

NÍVEL DE EVIDENCIAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE SUSTENTABILIDADE DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO BRASIL E DA ALEMANHA
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - Luis Felipe Orsatto
Escola de Gestão e Negócios - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) - Ciências Contábeis Responsável pela submissão
2 - Anderson Quevedo do Nascimento
Escola de Gestão e Negócios - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) - Ciências Contábeis
3 - Clea Beatriz Macagnan
Escola de Gestão e Negócios - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) - Escola de Gestão e Negócios

Reumo

As cooperativas de crédito desempenham um papel fundamental no desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atuam, principalmente em função de seu papel na mobilização de poupança e concessão de crédito. Mecanismos de governança são fundamentais para um sistema cooperativista financeiro sólido e sustentável. Uma maneira de atenuar a assimetria informacional é mediante a evidenciação das informações de sustentabilidade, ainda mais no que diz respeito às cooperativas, visto que são norteadas pelos princípios cooperativos.
Tendo como escopo as cooperativas de crédito alemãs e brasileiras e os indicadores de evidenciação de sustentabilidade, tem-se o seguinte problema de pesquisa: Qual o nível de evidenciação de informações sobre as práticas de sustentabilidade de cooperativas de crédito brasileiras e alemãs? O artigo tem por objetivo verificar o nível de evidenciação das informações representativas de sustentabilidade nas cooperativas brasileiras e alemãs, estabelecendo um comparativo entre o cenário de evidenciação destas informações de sustentabilidade de cooperativas de crédito no Brasil e Alemanha.
As instituições financeiras cooperativas surgiram na Alemanha, como instituições filantrópicas de autoajuda, destinadas a incentivar os trabalhadores a acumular economias. No Brasil, a primeira cooperativa de crédito foi criada em 1889, em Minas Gerais. Características intrínsecas às cooperativas podem levá-las a problemas de agência. A evidenciação de informações de sustentabilidade pode mitigar a assimetria informacional e conflito de interesses. Diferentemente do Brasil, na Alemanha as cooperativas de crédito são obrigadas a divulgarem informações de sustentabilidade.
Amostra das 30 maiores cooperativas de crédito do Brasil e da Alemanha, em ativos totais. Foram adaptados os indicadores de sustentabilidade desenvolvidos por Macagnan & Seibert (2021), chegando a 60 indicadores de sustentabilidade, divididos em 4 pilares (econômico, social, ambiental e cultural). Analisou-se os relatórios anuais, e constatando quais informações de sustentabilidade foram divulgadas. Por fim, foi realizado um teste de hipóteses para verificar se a média de evidenciação das informações do grupo de cooperativas brasileiras seriam iguais ou diferentes às das cooperativas alemãs.
Ao considerar as quatros categorias de indicadores (econômico, social, ambiental e cultural) individualmente, constatou-se uma diferença estatisticamente relevante entre a evidenciação de informações econômicas e ambientais entre Brasil e Alemanha, com as cooperativas de crédito alemãs também divulgando mais informações gerais de sustentabilidade que as cooperativas de crédito brasileiras. Todavia, a diferença estatística na evidenciação das informações nos pilares social e cultural não pôde ser comprovada na amostra analisada.
Dentre as cooperativas que compõem a amostra, as cooperativas alemãs evidenciam, em média, mais informações de sustentabilidade em seus relatórios anuais, que suas pares brasileiras. Com as informações disponíveis não é possível determinar uma causa para esta diferença na evidenciação das informações econômicas entre as cooperativas alemãs e brasileiras. No entanto, Westphal (2008) esclarece que na Alemanha as cooperativas, de modo geral priorizam a dimensão econômica, enquanto no Brasil a função social das cooperativas é explorada de maneira mais intensa.
Aldrighi (2006); Aschhoff (1982); BCB (2008) (2022); BVR (2022); Confebras (2022); Cuevas & Buchenau (2018); Cuevas & Fischer (2006); CSR (2022); de Freitas & de Freitas (2014); Lopez (1994); Macagnan & Seibert (2021); MacPherson (1979); McKillop et al.(2020); Meinen & Port (2012) (2016); Merrett & Walzer (2004); Migliorelli, M. (2018); Moody & Fite (1984); Mook et al. (2015); OCB (2022); Pinho (2004); Royle (1998); Seibel (2013); Smith (2012); Smith & Woodburry (2010); Soares & Ventura (2008); Staatz (1987); Walter (2006); Walton (2015); Westphal (2008); Yakar Pritchard & Çaliyurt (2021)