Resumo

Título do Artigo

O USO DE CONTRATOS FUTUROS EM FUNDOS DE AÇÕES BRASILEIROS ALAVANCADOS
Abrir Arquivo

Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Flávia Vital Januzzi
-
2 - Leonardo Sader Duarte Martins
-
3 - Nicole Alves de Souza
-
4 - Rafael Altoé Frossard
Universidade Federal de Juiz de Fora - FACC Responsável pela submissão

Reumo

Enquanto uma vertente de trabalhos teóricos advoga que os derivativos representam uma ferramenta capaz de gerir riscos, outra linha diverge ao apontar que derivativos são meios de propagar a especulação e ampliar o risco (Koski e Pontiff, 1999). Chen (2011) destaca que, se os fundos utilizam derivativos apenas para estabilizar seu risco (função de proteção), os mesmos terão correlação negativa com a mudança de nível de risco assumida pelo gestor ao longo do tempo. Porém, esses papéis podem ser empregados para alterar a volatilidade do fundo, principalmente por seu baixo custo.
Frente ao problema de pesquisa, buscar-se-á responder à seguinte pergunta: qual o impacto de diferentes tipos de contratos futuros financeiros sobre o risco e o desempenho dos fundos de ações brasileiros aptos a se alavancar? Este trabalho tem como objetivo verificar o impacto de diferentes tipos de contratos futuros financeiros sobre o risco e o desempenho dos 1.167 fundos de ações brasileiros aptos a se alavancar, durante o período de 2010 a 2020.
Derivativos são produtos financeiros secundários, utilizados por agentes no mercado como instrumentos de hedge, que estão atrelados a ativos primários do mercado de capitais, como ações, commodities e etc. (Amaral, 2003). Assim, Januzzi, Bressan e Moreira (2020a) descobriram que existe uma associação positiva entre derivativos e risco, mas negativa para a relação entre derivativos (especialmente swaps) e as medidas de desempenho mensais dos fundos e ii) fundos multimercados que adotam operações de alavancagem com derivativos apresentam, no geral, uma menor medida de performance anual.
A análise foi estratificada com base na metodologia de regressão quantílica, permitindo avaliar, por exemplo, se houveram relações distintas observadas no contexto de fundos com maiores/piores desempenhos e maiores/menores níveis de risco. Foram analisadas as posições assumidas por 1.167 fundos em contratos futuros financeiros (dólar, índice e di) e outros derivativos, conforme dados disponíveis na base Economática durante o intervalo de janeiro de 2010 (primeiro ano cujas informações foram disponibilizadas pela plataforma) a dezembro de 2020.
Os seguintes resultados foram observados: (1) comumente, foi baixo o percentual do patrimônio dos fundos investidos em derivativos, (2) futuros de ibovespa (posição comprada) impactaram positivamente o risco sistemático, (3) futuros de dólar (posição comprada) amplificaram os riscos sistemáticos e de perdas de fundos cujos gestores são menos avessos a volatilidade, (4) futuros de ibovespa (posição vendida) reduziram todas as medidas de risco. Concernente ao âmbito do desempenho, os fundos de ações alavancados têm utilizado as posições vendidas em futuro de Ibovespa para amplificar seu retorno.
Concernente ao âmbito do desempenho, os fundos de ações alavancados, têm utilizado as posições vendidas em futuro de Ibovespa para amplificar seu retorno e alfa de Jensen, demonstrando que a estratégia de hedge tem surtido um efeito positivo sobre o patrimônio do cotista.
Januzzi, F. V., Bressan, A. A., & Moreira, F. (2020a). Opacity, risk, performance and inflows in hedge funds. Revista de Administração Contemporânea, 24, 77-99. Januzzi, F., Bressan, A., & Moreira, F. (2020b). Opacidade em Hedge Funds: Existe Criação de Valor para o Investidor e para o Gestor? Brazilian Business Review, 17, 640-668. Chen, Y. (2011). Derivatives use and risk taking: Evidence from the hedge fund industry. Journal of Financial and Quantitative analysis, 46(4), 1073-1106.