Resumo

Título do Artigo

Incubação e Organização Contábil-Administrativa como Fatores de Desenvolvimento emSociedades Cooperativas
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Tema

Estudos da Amazônia

Autores

Nome
1 - Daniely Larissa de Souza Moreira
Universidade Federal do Pará - UFPA - Belém Responsável pela submissão
2 - Prof. Dr. ANDERSON ROBERTO PIRES E SILVA
Universidade Federal do Pará - UFPA - Instituto de Ciências Sociais Aplicadas/Faculdade de Ciências Contábeis
3 - Francivaldo dos Santos Albuquerque
Universidade Federal do Pará - UFPA - Faculdade de Ciências Contábeis

Reumo

O cooperativismo no Brasil vive um momento de ascensão, que pode ser confirmado pelos números do Anuário do Cooperativismo Brasileiro, o qual revela que em 2021 foram registradas mais de 4.000 cooperativas no país, e que o conjunto das cooperativas geraram renda para mais de 18,8 milhões de pessoas (OCB, 2022). Essa ascensão pode ser percebida de forma individualizada nos estados brasileiros. O estado do Pará, por exemplo, de acordo com último anuário do cooperativismo, possui 237 cooperativas, com registro ativo, que reúnem 109.152 cooperados e empregam 3.767 profissionais (OCB, 2022).
A INCUBCOOP representa um projeto único, inovador e ao mesmo tempo desafiador, no contexto das OCB, o qual possui intenções futuras de ser implementado em outras unidades da federação como suporte às cooperativas, desta forma, surge a necessidade de se fazer uma avaliação dos resultados auferidos para que se consigam respostas quanto à sua viabilidade. Assim, este estudo objetiva investigar como a metodologia de incubação e organização contábil - administrativa podem influenciar o desenvolvimento das sociedades cooperativas e identificar a evolução destas durante o período de incubação.
As cooperativas da agricultura familiar apesar de, geralmente, ter uma estrutura artesanal, possuem representatividade no contexto econômico e social. Pois, se posicionam como a oitava maior produtora de alimentos do mundo (UNICAFES, 2018).Apesar de possuir incentivos de crédito e preços diferenciados, ainda é possível encontrar desafios que comprometem sua sustentabilidade, pois geralmente, possuem problemas em sua gestão (MORAIS E SCHWAB, 2019).É nesse contexto que surgem as ITCPES, como forma de abrigar empreendimentos que buscam organizar a sua gestão e formação(SILVA et al. 2013).
Optou-se pela pesquisa social, de cunho qualitativo, cuja estratégia de pesquisa adotada foi a pesquisa-ação, que apresenta como potencialidades a identificação e resolução de problemas coletivos, proporcionando aprendizagens tanto para os participantes da pesquisa quanto para os pesquisadores (THIOLLENT, 2011). Para acompanhar o desenvolvimento da incubação e organização das cooperativas que se encontram na INCUBCOOP, foi realizado um Diagnóstico Rápido Participativo (VERDEJO, 2010). Por fim, foram feitas reuniões de acompanhamento para identificar a evolução ou não das cooperativas.
Constatou-se que as capacitações desenvolvidas para as cooperativas resultaram em melhorias nas práticas de gestão referentes à tributação das cooperativas, gestão do capital social, administração dos atos cooperativos e não cooperativos, planejamento das Assembleias, diversificação do mix de produção, e relacionamento com profissionais prestadores de serviços como contadores e advogados.Assim, foi possível constatar a viabilidade do projeto INCUBCOOP, em relação a seu objetivo principal de incubar e organizar cooperativas consideradas em situação de desorganização operacional e de gestão.
Projetos como o INCUBCOOP no contexto das Organizações das Cooperativas do Brasil (OCB), são viáveis e podem contribuir com empreendimentos formados por trabalhadores, cuja força está na gestão coletiva, ainda que não formalizados legalmente em cooperativas, podendo ser implementado em outras localidades como estratégias de reforço para a geração de trabalho e renda, a fim de contribuir para que condições mais dignas de vida sejam alcançadas pelos trabalhadores envolvidos nesses empreendimentos.
MORAES, J. L. A; SCHWAB, P. I. O papel do cooperativismo no fortalecimento da agricultura familiar. Estudos do CEPE, n. 49, p. 67-79, 2019. SILVA, A. R. P; BARBOSA, M. J. S.; ALBUQUERQUE, F. S. Sustentabilidade de empreendimentos econômicos solidários: análise da Cooperativa dos Fruticultores de Abaetetuba. Revista de Administração Pública, v. 47, p. 1189-1211, 2013. UNICAFES.Agricultura familiar do Brasil é 8ª maior produtora de alimentos do mundo. 2018. Disponível em: https://www.unicafes.org.br/noticia/agricultura-familiar-do-brasilAcesso em: 08 nov. 2021.