Resumo

O acesso a água potável e à coleta e tratamento de esgoto é um tema que teve destaque no cenário nacional, nos últimos anos, por ocasião da inserção da temática na Agenda 2030. Com a criação do ODS 6 e suas metas 6.1 e 6.2, a questão da água e do saneamento ganhou grande relevância. Contudo, o monitoramento dessas metas é um desafio e apresenta inúmeras dificuldades para avaliar e mensurar as carências regionais de modo a retratar a realidade local. Nesse sentido, compreender e discutir tal temática é condição para que se consiga avançar nesse campo de pesquisa de forma aprofundada.

Apresenta-se, então, como problema de pesquisa, a seguinte questão: Em quais contextos o ODS 6, através das metas 6.1 e 6.2, está sendo abordado nas pesquisas científicas contemporâneas para construção de índices locais em nível municipal? Sendo assim, para responder a essa questão, este artigo tem como objetivo analisar a produção científica recente sobre o ODS 6, em suas metas 6.1 e 6.2, e a utilização de metodologias para construção de índices que possam mensurar o acesso a esses serviços – a fim de compreendê-la e identificar os principais contextos que orbitam esses temas em estudo.

A Agenda 2030 é composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas, possui como lema “não deixar ninguém para trás” e tem como horizonte temporal o ano de 2030 (UNITED NATIONS, 2015). O ODS 6 tem como principal abordagem a água potável e o saneamento, sendo composto por 08 metas para serem monitoradas através de 11 indicadores (ODS BRASIL, 2022). Com relação aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, o ODS 6 contempla as metas 6.1 e 6.2, respectivamente, (ODS BRASIL, 2022) ambas dirigidas à universalização desses serviços, serão foco deste estudo.

Este estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória e descritiva, realizada com base na análise documental a partir de fontes publicadas e obtidas por meio de uma pesquisa bibliográfica utilizando recursos tecnológicos de busca. A pesquisa foi realizada em duas etapas compostas por um conjunto de tarefas de seleção, classificação e análise das publicações. Os dados foram coletados utilizando-se de técnicas de Revisão Sistemática da Literatura (RSL), segundo Okoli (2019), e, conjuntamente, foi feita uma análise bibliométrica para explorar e avaliar os dados coletados na RSL.

A Revisão Sistemática da Literatura (RSL) resultou na seleção de artigos para leitura, seguida da coleta, organização, caracterização e síntese dos dados para avalição da abordagem dos temas relevantes dessa pesquisa. A análise bibliométrica, através do software VOSviewer Web, permitiu explorar por meio de mapas os dados bibliográficos para avaliar a coocorrência de palavras-chave e a coautoria de autores. Avaliou-se a temporalidade das publicações obtidas na RSL, as principais palavras-chave que ocorrem e autores citados e suas correlações.

Esta pesquisa se dedicou a analisar a produção científica recente sobre ODS 6 (metas 6.1 e 6.2) e a construção de índices locais e identificar os principais contextos que orbitam sobre tais temas. Os textos explorados revelaram temáticas associadas ao ODS 6, enfoques em desenvolvimento sustentável, construção de índices e monitoramento da desigualdade de acesso à água potável. Os resultados apontam que as pesquisas relacionadas à construção de índices para mensuração das metas 6.1 e 6.2 do ODS 6 ainda são bastante incipientes e necessitam de maior estudo para retratarem a realidade local.

United Nations. Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development. 2015. New York: UN General Assembly. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. (2022). Disponível em: https://odsbrasil.gov.br/. Acesso em: 01 set. OKOLI, C.; DUARTE, T. POR: DAVID W. A.; MATTAR, R. J. Guia Para Realizar uma Revisão Sistemática de Literatura. EaD em Foco, v. 9, n. 1, 3 abr. 2019. Disponível em: https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/748. Acesso em: 10 jun. 2022.