Resumo

Título do Artigo

A VOLATILIDADE DOS PREÇOS DAS AÇÕES DOS BANCOS BRASILEIROS LISTADOS NA B3 CONSIDERANDO SEUS NÍVEIS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - Aristóteles Madeira de Menezes
Universidade Federal do Ceará - UFC - FEAC
2 - Danival Sousa Cavalcante
Universidade Federal do Ceará - UFC - Universidade Federal do Ceará Responsável pela submissão
3 - Naiara Leite dos Santos Sant’Ana
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4 - Ariane Firmeza Mota Nascimento
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Reumo

O debate sobre GC surgiu a fim de minimizar o chamado conflito entre gestores e proprietários de capital (BEDICKS, 2009) visualizado por meio de concepções distintas sobre estilo de política, mercados, crise, bancos centrais, risco, participação, cidadania, privacidade, dentre outros, a depender da estrutura de propriedade nas companhias (OLIVIERI, NESTLEHNER e PAIVA JÚNIOR, 2018). A volatilidade das ações, conforme Swanson e Lindberg (2018), evidencia reduzidos retornos complementados por elevados retornos.
A partir desse contexto o estudo busca respostas para o seguinte problema de pesquisa: qual a volatilidade dos preços das ações dos bancos listados na B3, considerando as práticas de governança corporativa? Do exposto, o objetivo é analisar a volatilidade dos preços das ações dos bancos listados na B3, considerando as práticas de governança corporativa. Como objetivos específicos, propõe-se verificar a adesão dos bancos listados ao código de boas práticas de GC do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e a classificação deles nos níveis diferenciados de GC da B3.
O setor bancário exerce um papel importante na economia da nação, tendo em vista que ele atua como fonte de financiamento e posicionando-se como instrumento estabilizador da política monetária governamental (ZHA et al, 2016). A intervenção regulatória reflete na manipulação dos resultados a fim de beneficiar os acionistas, através do monitoramento e supervisão dos gestores (PROWSE 1997). As falhas decorrentes da GC podem reduzir a capacidade dos bancos de administrar riscos e de garantir a qualidade de suas operações financeiras, podendo impactar na saúde do sistema financeiro (ANDRADE 2018).
Tratou-se de uma pesquisa descritiva, documental com abordagem quali-quantitativa. Assim sendo, foram utilizados como material de apoio os formulários de referência disponibilizados na B3, o Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC e a base de dados do website denominado Comparador de Ativos. Para o estudo foi considerado o período de cinco anos, abrangendo de maio de 2017 a maio de 2022, e para isso, foram selecionados apenas os bancos com histórico de cotações nesse período, assim a amostra totalizou 19 bancos.
Os bancos adotaram, em média, acima de 60% das práticas recomendadas de GC incluídas no manual de melhores práticas do IBGC. As instituições que se classificam em níveis diferenciados de GC da B3 apresentaram maior volume de evidenciação de práticas de GC em seus formulários de referência, no comparativo com os bancos do mercado tradicional. No entanto, em relação à volatilidade das ações desses bancos, verificou-se que o nível de GC evidenciado não é o único fator que afeta a volatilidade no preço das ações e desta forma deve-se buscar explicações na teoria moderna de finanças.
A observação da volatilidade das ações, no período estudado, não apresentou conexão com o nível de GC, quando analisado como único fator isolado, e desta forma destaca-se que existem outros aspectos que influenciam o risco das ações na percepção do mercado como a questão das finanças comportamentais, seus vieses cognitivos e a tomada de decisão com menos racionalidade. Observou-se limitações ao estudo no que diz respeito ao período escolhido visto que para intervalos mais longos haveria redução significativa da amostra e assim uma quantidade limitada de dados para análise.
OLIVIERI, C.; J. NESTLEHNER, PAIVA JÚNIOR, P. C. de A. Governança, governança corporativa e governança pública: os diferentes debates de um conceito em construção. DALY, K. (2008). Financial volatility: issues and measuring techniques. Physica: Statistical Mechanics and its Applications. SWITZER, L. N.; PICARD, A. (2016). Stock market liquidity and economic cycles: A non-linear approach, Economic Modelling. PROWSE, S. Corporate Control in Commercial Banks. Journal of Financial Research, 20(4), pp. 509-27. 1997.