Resumo

Título do Artigo

AS RELAÇÕES ENTRE ENDIVIDAMENTO E SAÚDE ANTE A PANDEMIA COVID-19
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Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Benedita Marta Gomes Costa
- Curso de Administração Responsável pela submissão
2 - Victória Camilo Azevedo
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UEVA - Campus Betânia

Reumo

A problemática do endividamento é uma questão presente em estudos de diversas áreas, como Economia, Finanças e Administração, uma vez que é uma realidade crescente na sociedade brasileira. Para Henningen (2010), o endividamento do brasileiro está associado a uma piora no seu quadro geral de saúde psicológica. Portanto, de maneira geral, justifica-se esse estudo pela necessidade de aprofundar e ampliar os conhecimentos sobre a temática abordada.
Para tanto, definiu-se o seguinte questionamento: Como se dá a relação entre endividamento e saúde ante a pandemia Covid-19? A partir dessa pergunta norteadora, pretende-se verificar como se relacionam elementos ligados às finanças pessoais e à saúde física e psíquica dos indivíduos.
Brown, Taylor e Price (2005) examinaram os impactos do uso excessivo do crédito sobre os bem-estar psicológico dos chefes de família sob a perspectiva de que o endividamento está associado ao aumento do sofrimento. No cenário brasileiro, estudos de Rogers, Rogers e Securato (2015) e Nortvilitis e Mendes-da-Silva (2013) verificaram relações significativas entre endividamento e saúde psicológica dos indivíduos, convergindo com autores de pesquisas internacionais sobre a temática.
A coleta dos dados foi realizada mediante a aplicação de questionário composto por 43 itens, distribuído em 18 questões. Dividido em três seções: a primeira avalia uso de crédito, aspectos da saúde e qualidade de vida; a segunda traça o perfil socioeconômico (idade, gênero, estado civil, renda familiar mensal, tipo de trabalho, nível de educação e situação financeira); a terceira relaciona endividamento ante a pandemia, Auxílio Emergencial, o destino dado ao dinheiro e levanta informações sobre os principais tipos de dívida contraídos.
Através dos resultados obtidos pode-se constatar que 63,22% dos entrevistados concordaram que o uso de crédito permite uma melhor qualidade de vida e que é essencial para viver atualmente. Em contrapartida, este mesmo percentual admitiu a importância do pagamento à vista e pontuou que o uso do crédito pode ser muito perigoso. Houve consenso quanto ao cuidado com o gasto de dinheiro e 87,5% consideraram que é importante viver de acordo com a renda que se tem. Dos 37,5% que solicitaram o auxílio emergencial, apenas 28,3% foram contemplados.
De forma geral, os dados possibilitaram verificar um decréscimo da saúde autorelatada quando comparada à situação de endividamento. Outro achado consiste em verificar que os entrevistados reconhecem que a disponibilização do crédito pode ser um instrumento perigoso tendo em vista o processo de endividamento em longo prazo.
BROWN, S.; TAYLOR, K.; PRICE, S.W. Debt and distress: Evaluating the psychological cost of credit. Journal of Economic Psychology. v. 26, p. 642-663, 2005. BUSS, P.M.; PELLEGRINI FILHO, A.A saúde e seus determinantes sociais. Physis, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, abr. 2007. Disponível em: . Aceso em: 15 maio 2022