Resumo

A recuperação florestal contribui para manter áreas verdes, recuperando sua biodiversidade, função ecológica e sustentabilidade ao longo do tempo, protegendo as espécies nativas, os serviços ecossistêmicos e as funções que cada espécie desempenha (Rodrigues et al., 2007; Brancalion et al., 2015). Projetos de recuperação ambiental requerem a integração de esforços multidisciplinar e neste contexto, a contabilidade ambiental pode contribuir com aspectos qualitativos e quantitativos ao mensurar o os custos ambientais para que estes sejam incorporados na tomada de decisão (Liu et al., 2018).

Nesse aspecto, emerge a seguinte questão: qual o custo para a recuperação da mata ciliar do Córrego Palmital em Tangará da Serra - MT? Para tanto, o objetivo do estudo foi estimar os custos de recuperação da mata ciliar do Córrego Palmital em Tangará da Serra – MT.

As matas ciliares possibilitam a preservação dos recursos hídricos, desempenhando essencial função social e ecológica por meio do abastecimento público, irrigação das agriculturas e uso industrial, além da preservação da biodiversidade e manutenção do equilíbrio ecológico (Avila et al., 2011). Sua ação está ligada à proteção das margens dos cursos d’água contra assoreamentos e desbarrancamentos, mantendo a capacidade de escoamento dos leitos, controle de nutrientes, produtos químicos tóxicos e de outros sedimentos na água (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, 2003).

Elaborou o Projeto de recuperação ambiental (PRAD), de mapas de localização do Córrego Palmital, formador da bacia do Paraguai em Tangará da Serra – MT e o Laudo com auxílio de um Engenheiro Florestal especialista em recuperação de áreas degradadas para a orientação de quais espécies deveriam ser plantadas e os materiais necessários para a recuperação. Elaborou através do uso de Drone os mapas que evidenciam as áreas mais degradadas que precisavam ser recuperadas e realiza um levantamentos dos custos necessários para realização do projeto. A recuperação abrange cerca de 1,87 hectares.

O custo para recuperação do Córrego Palmital é de aproximadamente R$ 64.606,88. Os itens com maior custo são o esticador de eucalipto (25,74%), monitoramento do engenheiro florestal durante 5 anos (23,22%) e os palanques para a cerca (12,94%). A distribuição das mudas nativas por classe de sucessão ecológica nas áreas referidas totaliza 1.480 unidades, sendo 1.110 mudas pioneiras ou secundárias iniciais e 370 unidades secundárias tardias ou clímax. A área com processo erosivo a ser recuperada possui aproximadamente 0,0567 hectares, recomendada a adoção de práticas de conservação de solo.

O estudo permitiu identificar que a área de APP do Córrego Palmital que necessita de recuperação possui três características pasto sujo (cobertura florestal), pasto limpo (braquiária) e processo erosivo, que juntas totalizam 1,87 ha. Serão necessários cinco anos para a recuperação ao um custo mensal de R$1.076,78, portanto, um valor irrisório se considerados os benefícios ambientais gerados pela água do Córrego e os demais serviços prestados pela natureza.

Bebbington, J., Larrinaga, C., O’Dwyer, B., & Thomson, I. (2021). Handbook of Environmental Accounting. Routledge. EMBRAPA - Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária. (2003). Práticas de conservação do solo e recuperação de áreas degradadas. Rio Branco: Embrapa Acre. Liu, G., Yin, X., Pengue, W., Benetto, E., Huisingh, D., Schnitzer, H., ... & Casazza, M. (2018). Environmental accounting: In between raw data and information use for management practices. Journal of Cleaner Production, 197, 1056-1068. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2018.06.194