Resumo

O termo triple bottom line – ou tripé da sustentabilidade – foi cunhado por John Elkington e consiste na promoção do equilíbrio dos três pilares necessários ao desenvolvimento sustentável pelas organizações: econômico (lucro), ambiental (planeta) e social (pessoas), tendo como principais ferramentas a contabilidade, a auditoria e acompanhamento da sustentabilidade. Indo além, o conceito põe em perspectiva que tais pilares se movimentam de forma independente e por vezes vão de encontro um ao outro, onde surgem as entrelinhas e os efeitos sociais, econômicos e ecológicos (ELKINGTON, 2012).

O objetivo consiste em analisar como as ações de sustentabilidade estão presentes nos produtos e processos das empresas brasileiras do ramo de energia que participam do ISE B3 em 2021 através da análise de seus Relatórios de Sustentabilidade e/ou Relatórios Anuais e Trimestrais.Assim, mediante ao exposto, emerge o seguinte tema: como as práticas do tripé da sustentabilidade são utilizadas em produtos e processos das empresas brasileiras do ramo de energia que participam do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3)?

O pilar econômico – Profit -, em sua utilização tradicional, é o lucro, os ganhos por ação. Entretanto, calcular a sustentabilidade econômica de suas operações, exige das empresas um entendimento maior sobre o que vem a ser o capital econômico, englobando não somente o capital físico e financeiro, mas também o capital humano, intelectual, natural e social. Para a contabilidade, isso exigiria uma visão de longo prazo e o registro de externalidades ambientais e sociais (ELKINGTON, 2012).

Análise dos relatórios de sustentabilidade de 2021 de três das dez empresas do ramo de energia do ISE B3 2021, que possibilita uma comparação entre eles a fim de identificar quais as ações de sustentabilidade presentes em seus produtos e processos.As empresas analisadas são: Engie Brasil Energia, anteriormente chamada Tractebel Energia; Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) e Neoenergia. O critério de escolha se deu pelo número de participações no ISE desde seu início em 2005.

É possível dizer, portanto, que cada uma das empresas aqui analisadas caminha em direção à sustentabilidade, porém de formas e com prioridades e ritmos diferentes. Apesar disso, indo ao encontro da ideia de Elkington (2012), é clara a instabilidade dos três pilares ante às pressões sociais, políticas, econômicas e ambientais, que nos casos aqui observados se traduzem também na instabilidade econômica vivida pelo mundo em 2020, com a pandemia da COVID 19; grande parte dos investimentos no capital humano, natural e social das três empresas sofrem reduções consideráveis, abrindo espaço para uma m

O ISE B3 tem sido um fato de aumento de confiança empresarial, atraindo investidores potenciais, podendo garantir a vantagem competitiva no mercado de energia. Pensar em medidas sustentáveis, é uma forma de proporcionar equilíbrio em todos os setores da vida. Todas as empresas dependem do capital humano e dos recursos naturais, assim, plausivelmente o mercado demonstra essa preocupação ao utilizarem o ISE B3.Para o segmento de energia, a sustentabilidade é particularmente importante devido à relação entre o crescimento econômico e a disponibilidade energética.

FRIEDE, Gunnar; BUSCH, Timo; BASSEN, Alexander. ESG and financial performance: aggregated evidence from more than 2000 empirical studies. Journal of Sustainable Finance & Investment, [S.l.], v. 5, n. 4, p. 210-233, dez. 2015. ALMEIDA, Fernando. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. p. 85 ELKINGTON, John. Sustentabilidade: canibais com garfo e faca. Tradução: Laura Prades Veiga. São Paulo: M. Books, 2012. Versão Kindle. MACEDO, Humberto Rodrigues; SOUZA, Kaisson Teodoro. Evolução do sistema de transmissão de energia elétrica, após a crise energética de 2001. L