Resumo

O capitalismo produz bens de consumo de massa, e a obsolescência programada é uma de suas característica, o que contribui para o aumento exponencial de resíduos e detritos em todas as formas possíveis. Dentre estes materiais, estão os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REE) dos mais diversos tipos, tamanhos e características, contendo em seus interiores diversos objetos específicos, com destaque para as placas de circuito impresso (PCIs), metais ferrosos, componentes internos e partes individuais, como as encontradas em computadores, eletrodomésticos e aparelhos eletroeletrônicos.

Este estudo buscou reflexões sobre o importante trabalho realizados pelas cooperativas de coleta, reciclagem e triagem de resíduos e pelos catadores - atores frequentemente excluídos da sociedade, e teve como objetivo analisar como os resíduos eletrônicos contribuem para a sustentabilidade das cooperativas, tomando como exemplo o caso da Coopermiti. Os objetivos específicos buscaram caracterizar o processo de recebimento dos resíduos eletrônicos pela cooperativa, descrever práticas de triagem e comercialização e identificar potencialidades e limitações.

A fundamentação téorica deste estudo abrange conceitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e da reciclagem de resíduos eletrônicos, considerando políticas nacionais nesse processo. Além disso, Se baseia em princípios do Cooperativismo e da Economia Solidária, tendo os autores clássicos desse referencial como principal arcabouço teórico.

Este trabalho caracteriza-se como um estudo de caso de abordagem qualitativa, exploratória e descritiva. Foi utilizada pesquisa bibliográfica para a obtenção de dados e informações mais detalhadas sobre os REE e também sobre a cooperativa em questão. O estudo foi realizado em uma cooperativa sem fins lucrativos de reciclagem de resíduos do município de São Paulo-SP, que atua no processamento de materiais do tipo eletrônico na matriz, e com resíduos do tipo recicláveis secos na filial.

A gestão da Coopermiti demonstra grande conhecimento sobre seu papel na cadeia de manufatura reversa e seus esforços são direcionados para evidenciar suas práticas. Considerando a busca constante pela obtenção de maior volume de resíduos eletrônicos, e um potencial incremento no volume produzido, a cooperativa poderia se valer da consolidação do princípio da Intercooperação, que permitiria o apoio das diversas outras cooperativas situa- das no estado de São Paulo, que também realizam o descarte de equipamentos eletrônicos obsoletos e danificados, mesmo que em diferentes proporções.

Este estudo buscou evidenciar o papel dos catadores e das cooperativas de reciclagem de resíduos eletrônicos, tomando como base o caso da Coopermiti, cooperativa localizada no Estado de São Paulo no objetivo de analisar como os resíduos eletrônicos contribuem para a sustentabilidade das cooperativas, evidenciando que desempenham tal papel, tendo no volume adquirido a principal solução para as necessidades da organização.

As referências apresentam normativas nacionais vigentes sobre a gestão de resíduos sólidos, além de referencial sobre Cooperativismo e Economia Solidária.