Resumo

A geração exacerbada de resíduos e a necessidade de seu descarte tem gerado consequências negativas para a sociedade e principalmente para o meio ambiente. Com o grande avanço tecnológico e industrial no mundo, surgiram produtos e bens de consumo sofisticados e de baixa vida útil (SOUZA et al., 2012), aumentando, assim, o descarte dos resíduos envolvidos no ciclo de produção de cada produto. A gestão e a disposição inadequada desses resíduos causam diversos impactos socioambientais, principalmente a degradação do solo, o comprometimento dos corpos d’água e mananciais.

Nesse contexto, movimentos como os de “anti-incineração”, favoráveis aos mecanismos mais sustentáveis de destinação dos resíduos sólidos urbanos, vem ganhando espaço na sociedade. É nesse sentido que o presente estudo objetiva contribuir para uma reflexão acerca das alternativas existentes para a destinação dos resíduos sólidos urbanos sob a premissa de que a incineração não seria o melhor caminho. Para isso, partimos de uma revisão bibliográfica para embasar o artigo e da perspectiva qualitativa de pesquisa para analisar as informações obtidas.

De acordo com Barros (2012), a incineração corresponde a um processo de redução de peso (até 70%) e do volume (até 90%) dos resíduos, por meio da combustão controlada, com monitoramento permanente, objetivando a disposição final do material remanescente em aterros sanitários. Conforme autor, é indicada para casos de resíduos com classificação de risco, como resíduos de saúde, industriais e em circunstâncias em que a distância de transporte dos resíduos entre os locais de produção e tratamento são muito grandes.

Revisão de bibliografia

O presente estudo buscou realizar uma reflexão acerca das alternativas existentes para a destinação dos resíduos sólidos urbanos sob a premissa de que a incineração não é uma alternativa sustentável, tanto em aspectos ambientais como sociais.

A análise apresentada evidencia que a incineração não é o melhor caminho para a destinação final dos resíduos sólidos urbanos, tendo em vista a hierarquia de destinação desses resíduos instituída pela PNRS (prevenção, redução, reciclagem e reutilização), os danos causados por esta atividade à saúde das pessoas e ao meio ambiente e, por fim, a exclusão social dos catadores de materiais recicláveis a partir da queima de materiais potencialmente recicláveis, objeto de trabalho e geração de emprego e renda para esses profissionais.

ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2018/2019. São Paulo, 2019. BRASIL. Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010. Estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Diário Oficial da União: Brasília, DF; 2010. BARROS, R. T. V. Elementos de Gestão de Resíduos Sólidos. Belo Horizonte, Tessitura, 2012. BARROS, R. M. Tratado sobre Resíduos Sólidos: Gestão, uso e sustentabilidade. Rio de Janeiro, Acta, 2012. CARTA CAMPINAS: in Espaço e Ambiente, Manchete / jun 2022. COSTA, T. V. Texto publicado originalmente no Informativo Mensal da Rede ODS Brasil Grupo Especializado em Tecnologia