Resumo

Título do Artigo

SUSTENTABILIDADE DO EXTRATIVISMO: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
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Tema

Educação e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Samuel Amorim Oliveira
Universidade Federal de Goiás - UFG - Faculdade de Ciências e Tecnologia Responsável pela submissão
2 - Ednilson Alves da Silva
Universidade Federal de Goiás - UFG - Faculdade de Ciência e Tecnologia - FCT
3 - Regiane Miranda Santos
Universidade Federal de Goiás - UFG - Faculdade de Ciência e Tecnologia
4 - GUSTAVO HENRIQUE PETEAN
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Reumo

Há que se pensar, assim, na compatibilização de todas as atividades humanas ao novo paradigma de desenvolvimento sustentável, e na própria revisitação de modos de vida e produção historicamente relegados a plano secundário. O extrativismo e suas práticas, tem sido indicado como um modelo apropriado a ambientes com aptidão à preservação dos recursos naturais. Sua adoção estruturada seria, assim, a garantia do desenvolvimento econômico local, possibilitaria a preservação ambiental pretendida e ainda resgataria conteúdos sociais relevantes tidos como pilares comunitários locais.
Analisar a capacidade do modelo extrativista, em promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental da população envolvida, bem como conhecer os aspectos relevantes estudados relativamente ao tema. Assim, o presente estudo se justifica, por sistematizar e correlacionar os estudos dessa temática, ao longo do tempo, visando conhecer o atual nível de sua resposta, e adequação ao paradigma atual do desenvolvimento sustentável, bem como apontar lacunas de conhecimento, sugerindo aprofundamento de pesquisas e estudos.
A implementação prática dos objetivos do desenvolvimento sustentável, requer a compatibilização do desenvolvimento sob a ótica de economia analítica e política, que recupere os preceitos objetivos da teoria do valor e os adapte às necessidades dessa sustentabilidade. Deve se buscar um novo contrato social onde a sustentabilidade econômica pura e simples, incorpore, na prática, a sustentabilidade social e ambiental (Torrent-Sellens, 2021)?. O modelo extrativista tem sido discutido quanto à sua capacidade de promoção de desenvolvimento sustentável (D. W. Silva et al., 2016a).
Buscas na base CAPES Periódicos (www.periodicos.capes.gov.br), no mês de agosto de 2022, com os descritores: “Extrativismo”, “Extrativismo e Sustentabilidade” e “resex”, no título ou assunto, combinados pelos operadores lógicos “e” ou “ou”, e sem filtragem de data. Foram critérios de inclusão: artigos com acesso aberto, que abordassem o assunto extrativismo sob algum de seus aspectos. Os artigos foram classificados quanto à data de publicação e espacializados quanto ao local de estudo. Análise de conteúdo visou clusterizar os artigos por temática tratada, com vistas ao encontro de correlações.
A distribuição temporal demonstra poucas publicações anteriores a 2006 (9%), entre 2007 a 2011 (13%), de 2012 a 2016, 20 publicações (29%), e um total de 34 publicações no período de 2017 a 2022, totalizando quase metade de todos os estudos (49%). A espacialização dos locais de estudos dos artigos analisados, evidencia a concentração dos estudos na região amazônica e costeira brasileiras. O Pará foi a unidade da federação com maior número de artigos: 11 (16%). O agrupamento dos estudos analisados, apontou 4 clusters de assuntos: estudos sociológicos, assuntos operativos, trabalho, e RESEX.
Com base nos artigos analisados, se pode afirmar que não há suporte para afirmar o grau de sustentabilidade do extrativismo brasileiro. O interesse no tema tem crescido nos últimos anos, mas ainda se observam baixos volumes de estudos e baixa coordenação entre esses, a inexistência de redes de estudos e seguimento de temas de interesse. Se constatou desuniformidade distributiva dos estudos, exigindo densificação dos mesmos para outros biomas além do amazônico. Sugere-se estudos visando análises integrais de cadeias e arranjos extrativistas, preferencialmente com adoção de indicadores.
Silva, D. W., Claudino, L. S., Oliveira, C. D., Matei, A. P., & Kubo, R. R. (2016a). Extrativismo e desenvolvimento no contexto da Amazônia brasileira. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 38, 557–577. https://doi.org/10.5380/dma.v38i0.44455 Torrent-Sellens, J. (2021). ¿Es posible un desarrollo económico y social sostenible? Una nota crítica sobre el «valor» de los ODS. Oikonomics, 16, 1–12. https://doi.org/10.7238/o.n16.2115