Resumo

Os centros urbanos estão se desenvolvendo de forma acelerada, e a falta de planejamento urbano adequado tem acarretado em consequências para o meio ambiente, afetando a saúde urbana e dos cidadãos. Assim, o conceito de Cidades Inteligentes está cada vez mais presente pois, através da utilização de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), possibilita mensurar indicadores urbanos como uma forma de auxiliar gestores públicos e urbanistas a traçarem estratégias mais assertivas para os problemas enfrentados pelas cidades.

Como os indicadores urbanos de cidades inteligentes podem auxiliar na melhoria da gestão urbana? O objetivo geral desta pesquisa é analisar os índices urbanos do município de Passo Fundo/RS e sua evolução nos últimos anos, utilizando como referência os indicadores de saúde e mobilidade do Ranking Connected Smart Cities (RCSC) dos anos de 2019, 2020 e 2021, bem como os indicadores das cidades de médio porte do Sul do país melhor classificadas neste mesmo ranking. Além disso, o estudo busca compreender a relação dos indicadores com os dados epidemiológicos decorrentes da pandemia da COVID-19.

Com o aumento das áreas urbanas é necessário uma nova infraestrutura e uma nova perspectiva para questões que antes eram ocultas (MAZO, et al. 2021). Desse modo, as cidades inteligentes, a partir do uso das tecnologias de comunicação e informação, buscam melhorar de forma eficiente os serviços prestados ao meio ambiente, melhorando a qualidade de vida e o desenvolvimento urbano (MANÉ; FREGADOLLI; VERESCHINI, 2021). Para isso, não apenas obtendo dados de forma rápida, mas utilizando-os para solucionar problemas de modo eficiente (MORAES; CASTRO; BATISTA, 2022).

Na metodologia de pesquisa, inicialmente foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica sobre a temática de cidades inteligentes, em seguida realizou-se uma comparação dos indicadores urbanos de saúde e mobilidade de Passo Fundo com os indicadores das cidades de médio porte do Sul do país mais bem classificadas no Ranking Connected Smart Cities de 2019, 2020 e 2021. Logo após, foi realizado o levantamento dos índices de pessoas contaminadas e de mortes decorrentes do vírus da COVID-19 nestas mesmas cidades.

A partir da comparação dos resultados foi possível verificar o desenvolvimento de Passo Fundo durante os três anos de análise, no âmbito de indicadores urbanos de saúde e mobilidade. Foi possível perceber que houve uma preocupação com investimentos para melhoria de infraestruturas voltadas à área da saúde, principalmente durante a pandemia do COVID-19.Entretanto, a cidade possui uma maior carência em infraestruturas voltadas à mobilidade, em especial no transporte público, carecendo de estratégias que visem a melhoria do mesmo, de modo a incentivar a população a usufruir destes meios.

A partir da análise dos resultados foi possível verificar algumas das fragilidades e potencialidades de Passo Fundo. Em relação à saúde, a cidade apresentou alguns resultados satisfatórios, todavia a cidade necessita de mais investimentos e planejamento no âmbito da mobilidade. O estudo demonstrou a importância de mensurar e analisar os indicadores urbanos e como os mesmos podem auxiliar na identificação de problemas e potencialidades, contribuindo no desenvolvimento de diretrizes para o planejamento urbano das cidades e possibilitando uma melhor qualidade de vida para os cidadãos.

MANÉ, Bacar; FREDADOLLI, Beatriz Leggi; VARESCHINI, Daniel Tait. Sustentabilidade Integrando Diversos Setores: Cidades Inteligentes. I WENDEQ- I Web Encontro Nacional de Engenharia Química. 2021. MAZO, Alex et al. Análise bibliográfica e sistemática da literatura acadêmica sobre “cidades inteligentes”,“turismo” e “competitividade”. Turismo: Visão e Ação, v. 23, p. 148-168, 2021. MORAES, Gustavo; CASTRO, Lucas; BATISTA, Taynara. Cidades inteligentes: análise da mobilidade urbana na cidade de Francisco Morato–SP. 2022.