Resumo

Título do Artigo

ESG (ENVIRONMENTAL, SOCIAL AND GOVERNANCE): o que pensam as organizações sobre o papel da normalização nesse ecossistema?
Abrir Arquivo

Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - JORGE EMANUEL REIS CAJAZEIRA
- FGV/EAESP
2 - Ana Barreiros de Carvalho
Universidade Estadual de Feira de Santana - Universidade Estadual de Feira de Santana
3 - Rodrigo Ladeira
- Escola de Administração
4 - Maria Teresa Grimaldi Larocca
- Universidade Federal da Bahia - Escola de Administração Responsável pela submissão

Reumo

Uma mudança de valores é refletida nas organizações para que se tornem mais responsivas aos seus stakeholders, ao mesmo tempo que respondam também aos impactos ambientais e sociais positivos ou negativos de suas operações, enquanto demonstrem boas práticas de governança. As organizações divulgam esses impactos e atividades por meio de estruturas que englobam o ambiental, social e de governança, também conhecidas como ESG ou environmental, social and corporate governance.
O TMB órgão técnico máximo da ISO aprovou a criação de um grupo estratégico consultivo, visando orientar ações para a padronização de temas relativos ao ESG. Essa mudança de posição da principal normalizadora internacional faz com que emerja uma questão: o que esperam as organizações internacionais ligadas ao ESG desse avanço da ISO em um campo já suficientemente documentado? Este artigo tem como objetivos analisar o papel crescente da normalização no campo da sustentabilidade e entender a percepção das entidades internacionais quanto ao avanço da ISO em uma área com alto debate empresarial.
Conforme Gillan et al (2021, p. 2), “ESG é um acrônimo desenvolvido em um relatório de 2004 por 20 instituições financeiras (...) e refere-se a como corporações e investidores integram preocupações ambientais, sociais e de governança em seus modelos de negócios”. A entidade ISO é uma federação internacional de organismos normalizadores (NSB s). delegados de 25 países iniciaram a criação de uma nova instituição internacional de normatização com o objetivo de “facilitar a coordenação internacional e unificação de normas industriais”. (SPIVAK; BRENNER, 2001, p. 17).
Trata-se de uma pesquisa exploratória, que segundo Marconi e Lakatos (2003) é uma investigação empírica cujo objetivo é proporcionar maior familiaridade com o problema. A pesquisa envolveu: levantamento bibliográfico; análise documental do projeto ISO SAG ESG; análise da pesquisa Survey efetuada pela ISO entre os dias 20 junho e 05 de maio de 2022; análise dos dados com tabulação e codificação das respostas para estabelecer correlações entre o levantamento bibliográfico e os resultados da pesquisa.
Percebe-se um aumento significativo na quantidade de certificados decorrentes das novas normas de governança, com foco em sustentabilidade, em especial as normas de saúde e segurança (182%), anticorrupção (78%) e continuidade dos negócios (1514%). Há uma predominante visão positiva entre os stakeholders com relação ao envolvimento da ISO no ecossistema ESG. Por fim, existe 74% de concordância para o engajamento nas iniciativas ISO que podem completar o arsenal de normas que deem materialidade às declarações ESG, em especial, normas de análise de risco, impactos sociais e relações comunitárias.
Os resultados apresentados na pesquisa com os stakeholders da ISO são positivas em relação ao ingresso da normatização internacional na criação de ferramentas complementares e aos instrumentos mais confiáveis de avaliação da conformidade. Esse trabalho demonstrou que o desenvolvimento sustentável como pilar de sustentação das relações comerciais não deve ser substituído pelo ESG, ainda que o uso do arsenal de ferramentas para declarações de desempenho ambiental, se bem dosado, melhora a reputação das empresas e favorece o seu desempenho financeiro e mercadológico
ANDRADE, R.; TACHIZAWA, T. e CARVALHO, A., 2000. Gestãoambiental: um enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. São Paulo: Makron Books, 2000. BLIND, Knut; JUNGMITTAG, Andre; MANGELSDORF, Axel. The economic benefits of standardization. DIN German Institute for Standardization, 2011. COSTA, E.; FEREZIN, N. ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) e a comunicação: o tripé da sustentabilidade aplicado às organizações globalizadas. Revista Alterjor, v. 24, n. 2, p. 79-95, 2021.