Resumo

As cidades estão sempre em pleno processo de mudança, a cada dia um novo cenário se apresenta em meio a vida cotidiana e nela estão inseridas pessoas distintas, cada qual com a sua forma de interpretar e fazer parte do meio, com planos, anseios e ideias que podem divergir em determinadas situações. Partindo deste pressuposto, nem sempre as propostas de mudança local em pró do desenvolvimento econômico, imobiliário ou até mesmo em questões de interesse público, agradarão a todos, podendo instaurar no espaço uma certa oposição por parte dos indivíduos que ali habitam.

Diante do exposto, a expressão Not in my backcyard ou “Não no meu quintal” caracteriza este cenário de oposição e vem sendo utilizada pelos indivíduos, que são retratados na literatura por seu acrônimo NIMBY. Diante disso, a pesquisa terá como objetivo o desenvolvimento de uma revisão sistemática da literatura, na busca por identificar evidências que possam minimizar os impactos da não aceitação diante do cenário NIMBY no âmbito das cidades.

A revisão sistemática da literatura é uma técnica muito utilizada em meio ao cenário de pesquisas e tem o propósito de analisar e coletar dados de estudos já desenvolvidos de forma sistematizada e replicável. Ao trazer as claras o que já foi estudado sobre o assunto, colabora-se para que não haja desperdício em futuras pesquisas, podendo também auxiliar na interpretação de resultados com base no que já é conhecido.

Lança-se como proposta o desenvolvimento de uma revisão sistemática da literatura sobre o conceito de NIMBY e suas variantes, na busca por identificar formas de minimizar os impactos da não aceitação, o que pode contribuir para mudanças no comportamento dos indivíduos. Vale ressaltar que, uma revisão sistemática da literatura visa reunir evidências para responder a uma questão de pesquisa pré-estabelecida e o autor ao final da pesquisa, torna-se conhecedor da temática na essência, passando a ter conhecimento dos artigos mais importantes que abordam o assunto.

Dentre os autores, a temática da abordagem colaborativa apareceu de forma recorrente, sugerindo como caminho a participação pública, desde a concepção de novos projetos ao processo de tomada de decisões destes, ou seja, o envolvimento da sociedade é de extrema importância para um melhor êxito nas escolhas de desenvolvimento local. Vale ressaltar que a comunicação efetiva, a transparência por parte dos envolvidos e a proximidade junto aos cidadãos, são elementos chave para redução da não aceitação diante das propostas de desenvolvimento local, o que torna o processo equitativo e justo.

Conclui-se que a busca não deve ser pela mitigação ou diminuição da não aceitação, como fortemente identificado em meio as pesquisas que fizeram parte da amostra de análise, mas sim por um outro viés, ao encontrar meios de envolver o social nas decisões de interesse público na etapa de concepção destes projetos. Só assim, os anseios da sociedade serão atendidos e em paralelo haverá a evolução na forma como planeja-se as cidades, sem deixar de lado a psicologia ambiental, sendo está uma grande aliada no entendimento de como os indivíduos lidam com o meio.

DEVINE?WRIGHT, Patrick. Rethinking NIMBYism: The role of place attachment and place identity in explaining place?protective action. Journal of community & applied social psychology, v. 19, n. 6, p. 426-441, 2009. HEIMAN, Michael. From ‘Not in My Backyard!’to ‘Not in Anybody's Backyard!’. Journal of the American Planning Association, 1990. MCELROY, Erin; SZETO, Andrew. The racial contours of YIMBY/NIMBY Bay Area gentrification. Berkeley Planning Journal, v. 29, n. 1, 2017. POLLOCK, A.; BERGE, E. How to do a systematic review. International Journal of Stroke SAGE Publications Inc., 1 fev. 2018.