Resumo

Título do Artigo

O que acontecerá com temperatura e umidade relativa do ar no Nordeste do Brasil nas próximas décadas?
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Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Paula Rose de Araujo Santos
Universidade Federal da Paraíba - UFPB Responsável pela submissão
2 - Susane Eterna Leite Medeiros
Universidade Federal da Paraíba - Departamento de Física
3 - Louise Pereira da Silva
Universidade Federal da Paraíba - Centro de energias renováveis
4 - Flavio da Silva Vitorino Gomes
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5 - Raphael Abrahão
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Reumo

O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) publicado em 2021 confirma que as atividades humanas são responsáveis pelas mudanças climáticas, que as temperaturas globais continuarão subindo e que algumas mudanças são irreversíveis (IPCC, 2021). Os modelos climáticos foram desenvolvidos tendo em vista a necessidade de projetar o comportamento climático futuro.
Estudos realizados no Brasil por Marengo et al. (2012) projetaram um aumento da temperatura e uma redução da precipitação para a maior parte do país. Assim, este artigo teve como objetivo projetar as condições de temperatura do ar (média, máxima e mínima) e umidade relativa do ar para a região Nordeste do Brasil, aplicando um conjunto de três modelos climáticos globais associados a um modelo climático regional. O período de referência (1961-1990) foi comparado com os períodos futuros de 2040-2069 e 2070-2099 utilizando os cenários do IPCC RCP4.5 e RCP8.5.
Os modelos climáticos foram desenvolvidos tendo em vista a necessidade de projetar o comportamento climático futuro. O primeiro modelo de circulação geral associou processos oceânicos e atmosféricos e foi desenvolvido na Universidade de Princeton (Estados Unidos), no final da década de 1960, no Laboratório de Dinâmica de Fluidos Geofísica da NOAA (NOAA, 2017). Os modelos são capazes de projetar dados futuros sobre temperatura do ar, umidade relativa e outros parâmetros para diferentes áreas e períodos de tempo. (Queiroz et al., 2016).
Os dados de projeção foram gerados a partir de três modelos climáticos globais (GCMs): BESM, HadGEM2-ES e CanESM2, associados com o modelo regional Eta obtido no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC-INPE) por meio da plataforma Projeta. Os dados de projeção utilizados neste trabalho consideraram o período de referência 1961-1990 e os períodos futuros 2040-2069 e 2070-2099.
O cenário RCP8.5 (altas emissões) apresentou aumentos de temperatura superiores aos observados no cenário RCP4.5, com os maiores resultados para o final do século XXI. Apesar disso, as projeções em algumas áreas localizadas nos estados da Bahia, Alagoas e Sergipe, e apenas no modelo Eta-CanESM2, indicaram um aumento maior da temperatura mínima do ar no cenário de emissões moderadas em 2070-2099. As projeções sob os cenários RCP4.5 e RCP8.5 em ambos os períodos futuros indicaram aumentos maiores para a temperatura máxima do ar no cenário de altas emissões em 2070-2099.
Foram projetadas temperaturas superiores às do período de referência para os dois períodos futuros em ambos os cenários RCP, com exceção de alguns pontos para a temperatura máxima no cenário RCP4.5 pelo modelo Eta-BESM. Os maiores aumentos de temperatura foram projetados para o período 2070-2099 no RCP8.5 ao comparar o período histórico com o futuro nos dois cenários RCP para toda a região. Os resultados também indicaram projeções de aumentos excessivos de temperatura para áreas do Maranhão, Piauí e Bahia para os modelos Eta-HadGEM2-ES e Eta-CanESM2 para o cenário RCP8.5 em 2070-2099.
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