Resumo

Transformações socioeconômicas como o funcionamento dos mercados mundiais, as noções de lucro, bem como a discussão sobre o comportamento consumista e a conservação de recursos ambientais, entre outros aspectos, dão suporte à tendência da integração da sustentabilidade à prática corporativa. Nessa esteira, as empresas de tecnologia da informação têm papel fundamental em reverberar um conhecimento que se traduza em avanços e melhorias sustentáveis.

Quais são os elementos que podem limitar a produção mais sustentável entre PMEs de TIC brasileiras? O objetivo da pesquisa é verificar se a constituição em redes pode, de alguma maneira, diminuir a limitação do nível de integração da sustentabilidade à gestão de pequenas e médias empresas de TIC do Brasil?

O setor de TIC exerce papel central para o desenvolvimento econômico e social, sobretudo quando se refere à . melhoria de qualidade de vida das pessoas, maior acesso à informação e à educação, acesso a opções de saúde e ainda maior poder social. Esse potencial das TICs permite aventar grande potencial de integração produtivo mais sustentável. Essa viabilidade está assente em: maior alinhamento com stakeholders do mercado interno nacional, maior flexibilidade em razões de estruturas mais enxutas burocraticamente e ainda uma grande em razão de um horizonte financeiro de curto e médio prazos.

Participaram cinco redes de TIC instaladas no Brasil com um total de 86 empresas. O questionário aplicado em todas as empresas era do tipo Likert de 5 pontos. O questionário tinha um KMO de 0,809 com 3 fatores. Fator 1) Redes de empresas (14 itens e tinha um Alpha de Cronbach 0,814); Fator 2) Conexão das redes com a sua localidade (07 itens com Alpha de Cronbach de 0,834); Fator 3) Perfil demográfico das empresas (16 itens e tinha uma Alpha de Cronbach de 0,889).

O benefício ambiental por meio da integração em redes, tanto como redução de consumo ou de integração de novas tecnologias mais sustentáveis, pode ser considerado como um efeito a posteriori para as empresas pesquisadas, já que estão em busca, quase que inteiramente do bom desempenho econômico-financeiro. Sob esse cenário, o equilíbrio dos constructos econômico, social e ambiental da sustentabilidade ainda tem pouco espaço como prática de gestão das PMEs, representando perdas de oportunidades de mercado e consequente ganhos de produção.

Ante os resultados e limitações, as conclusões a que se chega é que a realidade mais sustentável da gestão entre PMEs, mesmo as associadas em redes (teoricamente estruturas facilitadoras de trocas e ganhos), ainda está distante, mesmo a despeito do importante potencial socioeconômico do setor de TIC. Nessa esteira, esforços maiores são necessários para reorientarem princípios de investimento, produção e consumo, sobretudo no enfrentamento da dicotomia local-global quanto à grande responsabilidade socioambiental que todos temos, sejam elas pequenas, médias ou mesmo grandes empresas.

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