Resumo

Título do Artigo

ECONOMIA CIRCULAR E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NA REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO, BRASIL
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Tema

Operações sustentáveis e Economia Circular

Autores

Nome
1 - Jaihany Vicente Gama
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - Ifes - Campus Vitória Responsável pela submissão
2 - Jacqueline Rogéria Bringhenti
-

Reumo

Diante do cenário de pressão ambiental marcado pelo modelo linear de produção, a economia circular representa para a indústria uma estratégia para alcançar uma operação mais sustentável. A presença de indústrias de alimento no Espírito Santo implica na geração de resíduos orgânicos que podem ser incorporados a outros processos produtivos, o que pode resultar em vantagens ambientais ou econômicas para a região. Tal fato revela a demanda pelo gerenciamento de resíduos pautado na economia circular, que deve priorizar redução, reuso, reciclagem e recuperação em detrimento da disposição em aterro.
No contexto da transição para uma economia circular e de baixo carbono nas indústrias de alimento, o presente estudo tem como objetivo: analisar, do ponto de vista da economia circular, o gerenciamento de resíduos orgânicos em indústrias de alimento de médio e grande porte da região da Grande Vitória – ES.
Para fundamentar teoricamente o tema da pesquisa, levantou-se a conceituação da economia circular na literatura e apresentou-se como esse conceito está inserido na indústria. Além disso, é apresentado um capítulo dedicado a temática dos resíduos orgânicos em indústrias de alimento, que trata de sua classificação e aspectos legais e que também traz um panorama sobre as principais indústrias e resíduos gerados no Brasil e no Espírito Santo. Por fim, são tratadas as principais práticas e estratégias circulares que podem ser aplicadas no gerenciamento de resíduos em indústrias de alimento.
A pesquisa realizou, primeiramente, um levantamento das indústrias que pertencem ao grupo de estudo proposto, a partir da filtragem de um banco de dados fornecido pelo órgão ambiental. Em seguida, utilizou-se da análise de conteúdo do processo de licenciamento das indústrias para coletar dados sobre o gerenciamento dos resíduos orgânicos. Por fim, a análise dos dados foi realizada de modo a identificar, a partir da hierarquia dos resíduos orgânicos de Papargyropoulou et al. (2014) e de outras práticas encontradas na literatura, quais soluções são adotadas em cada indústria levantada.
As indústrias de alimento analisadas compõem um grupo heterogêneo composto por abatedouros, indústrias de derivados de cacau e chocolates, café, leite e derivados e ração animal, que produzem uma diversidade de resíduos orgânicos. Dentre as destinações adotadas, tem-se que a reciclagem é a destinação mais praticada pelas indústrias, seguida pela compostagem e a disposição em aterro sanitário. Em contrapartida, a prevenção de resíduos não foi reportada por nenhuma das indústrias do grupo de estudo, o que revela uma posição mediana das indústrias em relação a hierarquia dos resíduos.
A análise dos dados revelou a presença da economia circular dentro do grupo de indústrias através da simbiose industrial identificada, além da preferência das indústrias em realizar o aproveitamento interno de resíduos. Entretanto, também foi possível identificar que a implementação da economia circular no gerenciamento de resíduos orgânicos da indústria de alimento da Grande Vitória ainda tem muitos desafios pela frente, entre eles a busca pela minimização de resíduos e o investimento na recuperação energética de resíduos de difícil aproveitamento.
ABIA (2020); ABNT (2004); ABDALLA, F. A.; SAMPAIO, A. C. F (2018); BRASIL (2010); BRASIL (2002); BRASIL (2020); CNI (2021); DAME-KOREVAAR, A. et al. (2021); GARCIA-GARCIA, G.; STONE, J.; RAHIMIFARD, S. (2019); GREYSON, J. (2007); IDEIES (2021); IEMA (2016); LIU, Q. et al. (2009); MMA (2017); MIRABELLA, N.; CASTELLANI, V.; SALA, S. (2014); MOSNA, D. et al. (2021); MURRAY, A.; SKENE, K.; HAYNES, K. (2017); NETO, J.; BOLZANI, H.; BARROS, M. (2017); PAES, L. A. B. et al. (2019); PAPARGYROPOULOU, E. et al. (2014); RIBEIRO, I. (2021); RODRIGUES, A. M. et al. (2009); SALEMDEEB, R. et al. (2017).