Resumo

Título do Artigo

Naturalização da menstruação no contexto da sustentabilidade: posicionamento a partir de conteúdo de marcas do segmento de higiene feminina
Abrir Arquivo

Tema

Marketing e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Larissa Chan
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - Engenharia Química
2 - Karina Munari Pagan
FEA-RP/USP - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP - Administração
3 - Natália Munari Pagan
- FEARP Responsável pela submissão

Reumo

Todos os meses, cerca de 1,8 bilhões de pessoas ao redor do mundo vivenciam o período da menstruação. Apesar da menstruação consistir em um processo biológico natural do corpo feminino, esse momento traz diversas consequências e impactos em diferentes níveis na vida cotidiana das pessoas, desde o constrangimento de mostrar um absorvente que está na bolsa até serem barradas de entrarem na cozinha para não contaminar a comida, visto que o sangue menstrual é considerado algo sujo e impuro.
O problema desta pesquisa é : “Como o conteúdo das três principais marcas brasileiras de higiene feminina se transformaram ao longo dos anos no que tange o posicionamento em relação à naturalização da menstruação?”. Dessa forma o objetivo dessa pesquisa consiste em analisar como o conteúdo das três principais marcas brasileiras de higiene feminina se transformaram ao longo dos anos no que tange o posicionamento em relação à naturalização da menstruação.
A fundamentação teórica se baseia na teoria de marcas, produtos e comunicação na sustentabilidade.
Foi realizado um estudo qualitativo e descritivo com três páginas de marcas de absorventes do Facebook. As postagens foram analisadas dos períodos de 2011 a 2021..Como método de análise foi utilizada a técnica análise de conteúdo que foi abordada seguindo as três fases fundamentais: 1) pré-análise; 2) exploração do material; 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação
As primeiras publicações das marcas nas mídias sociais, menos de dez anos atrás, mostram apenas um reforço aos estigmas, não mencionando diretamente a palavra “menstruação”, como uma forma de não materializar o processo biológico, e as personagens retratadas pelos conteúdos das marcas eram mulheres idealizadas, seguindo um padrão de beleza estabelecido, o que nada condiz com a realidade. Foi apenas em 2017-2018 que se observou uma inflexão na forma como as marcas passam a comunicar a menstruação, sendo o gesto mais simbólico a troca do líquido azul pelo líquido vermelho.
Observou-se uma nítida mudança na forma como a menstruação é retratada ao longo dos dez últimos anos. Grandes avanços foram conquistados quando se trata da naturalização da menstruação, com mais espaços para diálogos abertos, mais informações sobre saúde íntima e um maior entendimento de que a menstruação é uma questão de saúde pública. As marcas, nesse sentido, apresentam papel fundamental como agentes promotores de mudanças para quebras de estigmas que refletem a visão do patriarcado sobre a menstruação.
Przybylo, E., & Fahs, B. (2020). Empowered bleeders and cranky menstruators: Menstrual positivity and the “liberated” era of new menstrual product advertisements. The Palgrave Handbook of Critical Menstruation Studies, 375-394. Liu,D.; Schmitt,M.; Nowaram, A.; Magno, C.; Ortiz, R.; Sommer, M. 2021. The evolving landscape of menstrual product advertisement in the United Stated: 2008-2018. Health Care for Women International. Volume 42: 1-28.