Resumo

Título do Artigo

PLANÍCIES FLUVIAIS URBANAS: UMA ABORDAGEM PELA SUSTENTABILIDADE E PELA SAÚDE GLOBAL, FRENTE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
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Tema

Casos de Ensino e Métodos de Pesquisa em Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Mirtes Birer Koch
Universidade de São Paulo - USP - Faculdade de Saúde Pública Responsável pela submissão
2 - Wanda Maria Risso Günther
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Reumo

Em São Paulo as planícies de inundação dos rios urbanos acomodam os principais corredores de escoamento de pessoas e bens. A ocupação das margens dos rios, historicamente, prioriza a retificação, canalização e a transformação das várzeas em vias expressas de fundo de vale, o que expõe a população à poluição atmosférica acentuada nos horários de pico e ainda aos riscos de inundações das várzeas em eventos chuvosos mais intensos. Assim, propõe-se uma metodologia de pesquisa, que considere: 1. as mudanças climáticas; 2. os riscos biológicos; 3. a sustentabilidade e o equilíbrio do ambiente.
Abordagens atuais para construções no entorno de vias marginais não consideram a sustentabilidade dos recursos hídricos, tão pouco a saúde da população que irá utilizar ou morar no entorno. Em São Paulo, as planícies urbanizadas respondem por 81% das enchentes mapeadas e têm seus pontos situados sobre os meandros do antigo rio Pinheiros, nas planícies de inundação (LUZ, 2014), que também concentram grande quantidade de poluentes. A pesquisa refere-se a abordagens que possibilitem avanços nas metodologias de pesquisa qualitativa ou quantitativa dos estudos em sustentabilidade e saúde global.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, 2023), apresenta relatórios sobre as mudanças climáticas e avalia os impactos e riscos de não produzir mudanças significativas no cenário atual. Um dos principais poluentes, que causam as maiores perturbações nas propriedades naturais da atmosfera são os gases de efeito estufa, como o gás carbônico da queima de combustíveis fósseis. As análises feitas para definir os projetos de infraestrutura da cidade de São Paulo, levam em conta a dinâmica da circulação de cargas e a logística de abastecimento, em detrimento da saúde e meio ambiente.
A proposta de gerar uma metodologia para projetos nas planícies de inundação na cidade de São Paulo, com abordagem nos problemas de drenagem do solo e na poluição atmosférica das emissões veiculares, considera que problemas transversais à mobilidade e fluxo de transportes podem afetar o ambiente e a saúde da população. Propõem-se um modelo com modelagem 1. dos índices pluviométricos e riscos de inundações; 2. dos índices de qualidade do ar e 3. dos riscos biológicos. A premissa para a modelagem é que o os padrões de fluxos de planícies tenham grande impacto na poluição e no aumento de doenças.
A composição de cenários pode ser feita com o cruzamento de variáveis como: quantidade de veículos (por tipo, combustível, quantidade pessoas, horário, clima etc.); poluição registrada (no período em análise); índices pluviométricos (no período em análise); cobertura vegetal e áreas impermeabilizadas (na área em análise). A partir de todos os dados coletados compor o cenário atual onde cada variável determine um limite que não pode ser ultrapassado. Assim, a cada plano de ampliar uma variável, todas as demais serão afetadas exigindo assim que soluções sustentáveis façam parte da proposição.
A cidade planejada como local de trabalho e locomoção de pessoas e mercadorias, deixou um triste legado com a destruição do leito natural dos rios e com a supressão de suas margens onde foram implantadas as marginais. O extermínio da fauna e da flora fluvial e a impermeabilização do solo aluvionar do entorno levou a inúmeros problemas ambientais que se ampliam à medida que as mudanças climáticas impõem chuvas mais intensas e secas mais rigorosas. As populações do entorno dos eixos marginais são impactadas com as inundações constantes, com a poluição sonora e do ar e com os riscos de doenças.
LUZ, R. A. Mudanças geomorfológicas na planície fluvial do rio Pinheiros, São Paulo (SP), ao longo do processo de urbanização. Tese [Doutorado em Geografia Física], Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. IPCC, 2023: Climate Change 2023: Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and III to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Core Writing Team, H. Lee and J. Romero (eds.)]. IPCC, Geneva, Switzerland,184 pp., doi: 10.59327/IPCC/AR6-9789291691647.