Resumo

O Resíduo sólido orgânico (RSO) apresenta-se como um problema recorrente, devido ao aumento da população, a geração desse resíduo aumenta de forma proporcional, e seu descarte sem tratamento gera inúmeros problemas, como a liberação de gases, chorume, atração de animais e vetores além do esgotamento precoce da capacidade de aterros sanitários. Os stakeholders envolvidos na Logística Reversa(LR) enfrentam barreiras para fazer com que este RSO seja adequadamente recuperado e/ou destinado

Dificuldades encontradas na execução da LR dos RSO são barreiras presentes no ciclo do produto que alteram a destinação final e impedem ações mais próximas do esperado.Ao identificá-las será possível diminuir sua influência e que comportamentos mais apropriados sejam realizados(CONKE,2015;NAGATA et. al.,2022).Quais as barreiras para a implantação da LR de RSO seriam válidas,para os geradores de resíduos pessoa física (PF) em Belém-Pa?Objetiva-se validar as barreiras para o stakeholder gerador PF,realizando um levantamento para o município de Belém

A LR caracteriza-se por um conjunto de procedimentos destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial,para reaproveitamento ou outra destinação final ambientalmente adequada(BRASIL, 2010).A responsabilidade compartilhada definida pela PNRS,estabelece a obrigatoriedade de toda a sociedade participar da gestão dos resíduos, e do ciclo de vida dos produtos,em oposição ao modelo “produção-consumo-descarte”.Ainda a PNRS preconiza a valorização da fração orgânica,por meio de tecnologias como compostagem e aproveitamento energético(ZAGO & BARROS, 2019)

A partir das 7 barreiras identificadas na literatura para o stakeholder gerador pessoa física, construiu-se o instrumento de coleta de dados com 9 afirmativas e uma escala de 1(discordo totalmente) a 5(concordo totalmente). Aplicou-se à população do município. Para a análise de dados utilizou-se planilhas do Microsoft Excel para geração de tabelas e gráficos e a partir dos resultados encontrados discutiu-se à luz da literatura existente

Para a implantação da LR de RSO as barreiras B1- Composição heterogênea (mistura) de resíduos que dificultam a reutilização/recuperação, B2-dificuldade de separação dos resíduos, B5-conhecimentos dos processos biológicos envolvidos na recuperação do resíduo e B7- Falta de medidas que incentivem a recuperação de resíduos pelas partes interessadas foram validadas.Já B3-Antipatia à recuperação de RSO e B4-Aceitação social para recuperação de resíduos orgânicos foram parcialmente validadas.A barreira B6- Conhecimento técnico limitado para identificação e separação de resíduos foi não-validada

Algumas limitações restringem o alcance dos resultados da pesquisa, tais como o tratamento quantitativo não-estatístico, baseado nos percentuais de concordância ou discordância dos respondentes. Ainda, a amostra de respondentes da pesquisa equivale a cerca de 0,03% da população de Belém (IBGE,2022), trazendo um erro estatístico de 5% aos resultados a um nível de confiança de 95%. Esta baixa adesão demonstra que apesar do tema ser de relevância e impactar no dia a dia da população, ainda não reflete seu engajamento para a questão

BRASIL.[Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010].Política Nacional de Resíduos Sólidos. –3. ed.,reimpr.–Brasília:Câmara dos Deputados,Edições Câmara. 2017. CONKE,L.S.(2015).Barreiras ao desenvolvimento da coleta seletiva no Brasil. http://dx.doi.org/10.26512/2015.12.T.19664 Nagata,V. M. N.Teixeira,V.E.G.,Almeida,E.S.,da Silva,I.G.,Fidalgo,D.C.(2022)Proposta de modelo de canal reverso para resíduos sólidos urbanos a partir das responsabilidades dos multistakeholders:uma revisão da literatura.In XXIV ENGEMA:Sustentabilidade e Inovação para uma economia de baixo carbono.https://engema.org.br/24/