Resumo

Título do Artigo

A INFLUÊNCIA DOS FATORES INSTITUCIONAIS NA PERSEGUIÇÃO DE MODELOS DISTINTOS DE SMART CITY – UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE XANGAI E SÃO PAULO.
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Tema

Cidades Sustentáveis e Inteligentes

Autores

Nome
1 - Ney Nakazato Miyahira
Universidade de São Paulo - USP - FEA Responsável pela submissão
2 - Wilson Aparecido Costa de Amorim
Universidade de São Paulo - USP - FEA

Reumo

O conceito de Smart City surge do esforço consciente em usar tecnologias da informação e da comunicação para modificar a vida e o trabalho das pessoas nos territórios urbanos de forma significativa, melhorando a vida dos cidadãos que neles habitam (Dameri 2013). Uma cidade será inteligente se introjetar na dinâmica da sua gestão pública soluções integrativas entre si e sustentáveis, tendo como condutor sinérgico de tal gestão as políticas públicas vigentes.
A pergunta geral de pesquisa é: dada a incidência de fatores institucionais distintos em cada realidade, o conceito de Smart City passa por customizações? Com esta pergunta em foco, o objetivo do estudo consiste em analisar comparativamente Xangai e São Paulo e: a) identificar os fatores institucionais vigentes em cada realidade; b) comparar as duas realidades de economias de mercado; c) analisar se os fatores institucionais e as economias de mercado condicionam a modelos distintos de Smart City.
Smart City é um espaço urbano gerido por um governo local, responsável por e integrar distintos recursos de modo a catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida (Dameri, 2013; Washburn et al, 2009). Pondera-se se o conceito é entendido universal contextualmente às características sócio-político-econômicas. A abordagem institucional (North,1990) permitiu avaliar o quanto as configurações vigentes do locus predispuseram modelos distintos de Smart City. As variedades de capitalismo (Hall e Soskice, 2003) permitiram evidenciar os distintos contextos.
Estudo de casos comparados de Xangai e São Paulo, por meio de levantamento e análise bibliográficos do tema, levantamento e análise documental de políticas e regramentos de gestão pública e entrevistas com gestores das respectivas cidades. Abordados 3 temas: a) Smart City: as possíveis formas de conceituação e seus consequentes enfoques; b) Teoria institucional: a influência dos fatores institucionais em uma Smart City; e c) Economias de Mercado: caracterização dos modelos socialismo coordenado e capitalismo hierárquico.
As ambições por se tornar uma Smart City são distintas em Xangai e São Paulo. Ainda que a base seja a mesma, os valores de governança pública e as finalidades são distintas. O modelo e-autocracy é o que confere foco à aplicação da tecnologia para controle de dados, reforço da hegemonia estatal e garantia da segurança e estabilidade social. O modelo e-democracy prioriza fortemente melhores condições de vida, maior grau de satisfação dos habitantes e maior envolvimento da sociedade civil na administração, utilizando-se da tecnologia como um recurso para se atingir maior exercício da cidadania.
A pesquisa parte do modelo teórico do institucionalismo e acrescenta a análise do modelo político vigente (autocrático ou democrático), que prioriza um ou outro padrão de valores, resultando em perseguições distintas de formatos de Smart City: e-autocracy ou e-democray. A partir da teoria institucional foi possível realizar análises considerando-se cada realidade. O levantamento dos fatores institucionais, como tipo de variedade de mercado incidente, permitiu entender as duas realidades, sem se influenciar por lente teórica associada ao modelo autocrático ou democrático.
Dameri, R.P. (2013). Searching for Smart City definition: a comprehensive proposal. International Journal of Computers & Technology, 11(5). Hall, P.; Soskice, D. (eds.) (2003). Varieties of capitalism – The institutional foundations of comparative advantage. Oxford: Oxford Press. North, D.C. (1990). Behavioral assumptions in a theory of institutions. In: Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: University Press. Washburn, D.; Sindhu, U.; Balaouras, S.; Dines, R.A.; Hayes, N.; Nelson, L.E. (2009). Helping CIOs understand “Smart City” initiatives. Growth, 17.