Resumo

Título do Artigo

Análise das práticas ESG em condomínios residenciais: uma nova gestão para os stakeholders
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - Wellington Roberto de Oliveira
Faculdade de Tecnologia de São Carlos (FATEC São Carlos) - São Carlos
2 - Ana Rita Tiradentes Terra Argoud
Faculdade de Tecnologia de São Carlos (FATEC São Carlos) - São Carlos Responsável pela submissão

Reumo

O escopo do ESG (Environmental, Social and Governance) é fortalecer o mercado de investimento e seus atores - instituições financeiras, empresas, investidores, administradores de fundos de pensão, consultores, reguladores, bolsa de valores, governos e agências multilaterais - transformando a sociedade mais sustentável para seus stakeholders. Devido às métricas do relatório “Who Cares Wins”, o mercado precisou posicionar-se quanto à transparência, ética, gestão de riscos, responsabilidade social, governança corporativa, desenvolvimento sustentável e criação de valores (GLOBAL COMPACT, 2004).
A crescente construção de imóveis, em específico os condomínios residenciais (verticais e horizontais), propiciou aos seus compradores a aquisição de um ativo financeiro volátil, pois situações de riscos gerenciais internos e externos desses empreendimentos impactam na percepção dos stakeholders, causando assim uma oscilação de valorização e reputação. O objetivo do trabalho é identificar e analisar quais práticas ESG são aplicadas em condomínios residenciais da região de São Carlos, elucidando sua importância uma nova gestão aos stakeholders.
Lefebvre (2009) retrata que a vivência urbana mesmo que em ambiente “restrito”, oportuniza os encontros e desencontros, conhecimentos e reconhecimentos da conduta humana, a singularidade e a coletividade. Gerenciar essa diversidade em condomínios exige de seus gestores, moradores, funcionários e prestadores de serviços uma ampla complexidade que implica planejamento, estratégia, flexibilidade, gestão de processos e de pessoas. A conscientização e inclusão de práticas ESG nas empresas demandam da valorização e representatividade de seus stakeholders para a organização (GLOBAL COMPACT, 2004).
A pesquisa utiliza abordagem qualitativa, descritiva com pesquisa de campo (GIL, 2017). O processo de coleta dos dados ocorreu mediante entrevistas semiestruturadas a 7 gestores ocupantes dos cargos de síndico e gerente predial, responsáveis por gerenciar 10 condomínios nos municípios de São Carlos, Araraquara, Américo Brasiliense e Ribeirão Bonito. As entrevistas foram gravadas, transcritas e foi realizada análise de conteúdo segundo as etapas (a) pré-análise, (b) exploração do material e (c) tratamento dos resultados, conforme recomendações de Bardin (2015).
Práticas ambientais como uso de materiais biodegradáveis, recuperação de áreas verdes sem produtos químicos, uso de energia solar fotovoltaica, sistema de reuso de água, separação para eletrônicos estão presentes de forma tímida e na maioria das vezes são vistas como custos. 70% dos condomínios não realizam atividades sociais ou culturais para seus stakeholders, entretanto reconhecem a necessidade de estratégias e posicionamento rápido diante de condutas antissociais. Em relação à governança, poucos gestores conseguem aplicar ações, evidenciado a dependência estratégica da administradora.
A gestão condominial vem mudando sua forma de interação operacional e social. Destaca-se a evolução dos gestores que corroboram a efetivação da responsabilidade socioambiental, a transparência, o investimento sustentável e a gestão da diversidade. Contudo, os pilares do ESG evidenciados por este estudo nos condomínios pesquisados exibem-se limitados perante as premissas propostas na literatura. Investir em práticas ESG nos condomínios pode revigorar o desenvolvimento de seus stakeholders, uma vez que são eles os principais atores dessa mudança comportamental.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2015. 288 p. FREEMAN, R. E.; PHILLIPS, R. A. Stakeholder theory: a libertarian defense. Business Ethics Quarterly, v. 12, n. 3, p. 331-349, 2002. GLOBAL COMPACT. Financial Sector Initiative. Who Cares Wins: connecting financial markets to a changing world. Swiss: United Nations, 2004. 41 p. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017. LEFEBVRE, Henri. O Direito à cidade. 5.ed. São Paulo: Centauro, 2009.