Resumo

Atualmente, o hidrogênio é cotado com um principais vetores energéticos para viabilizar a transição energética (KOVA?et al., 2021). A população tem se interessado cada vez mais por questões relacionadas à preservação ambiental (MORIGI; KREBS, 2012; SILVEIRA; CRUZ, 2012). Porém, não existe garantia de que se desenvolva nos indivíduos uma consciência pró-ambiental, pois, crenças, preocupações e atitudes ambientais nem sempre resultam em comportamentos pró-ambientais (LEVINE; STRUBE, 2012). Nessa perspectiva, é importante entender quais são os determinantes do comportamento de aceitação do H2V.

No contexto do comportamento pró-ambiental, o presente artigo pretende discutir as relações dos antecedentes comportamentais para explicar o comportamento da população em relação à utilização do hidrogênio verde como fonte de energia limpa. Assim, o estudo busca responder a seguinte questão de pesquisa: quais são os antecedentes comportamentais que influenciam o comportamento de adoção do hidrogênio verde? Dessa forma, o objetivo do presente artigo é investigar os fatores comportamentais que antecedem o comportamento (aceitação) da sociedade em relação ao hidrogênio verde.

O êxito das ações governamentais depende da compreensão e do engajamento do público, fato que está diretamente ligado à confiança depositada no governo (DILKES-HOFFMAN et al., 2019). No cenário da transição energética, os indicadores que refletem o crescimento na demanda por avanços e pela adoção de tecnologias compatíveis com fontes energéticas mais ecoeficientes e sustentáveis, visando a otimização dos recursos da matriz energética, também ressaltam a vitalidade da implantação de políticas públicas.

A pesquisa é classificada como explicativa e descritiva, de abordagem quantitativa. Quanto a amostra, foi aplicado um questionário entre 01/05 e 10/07/2023 na região Nordeste do Brasil. A partir da discussão da fundamentação teórica, as seguintes hipóteses foram levantadas: H1: As crenças influenciam de forma positiva a atitude; H2: As crenças influenciam de forma positiva o comportamento; H3: A atitude influencia de forma positiva o comportamento; H4: A confiança no governo modera as relações entre crenças e atitude; H5: A confiança no governo modera as relações entre atitude e comportamento.

Os principais resultados demonstraram que as crenças influenciam as atitudes dos indivíduos de forma positiva e estatisticamente significante. Além do que, os resultados do modelo estrutural indicaram que as crenças possuem um efeito estatisticamente significativo em relação à atitude. Além disso, constatou-se que a atitude possui efeito positivo em relação ao comportamento de adoção do hidrogênio verde. Por fim, a confiança no governo modera as relações entre atitude e comportamento.

Promoveu-se a compreensão dos determinantes do comportamento de adoção do hidrogênio verde, como fonte de energia renovável, dos indivíduos. Bem como, apresentou-se um respaldo empírico para os impactos das crenças e atitudes como antecedentes comportamentais, juntamente com a confiança no governo atuando como variável moderadora nas relações entre atitude e comportamento. Quanto às contribuições práticas, forneceu-se informação empírica sobre os fatores psicossociais que influenciam o comportamento do consumidor.

KIM et al., Searching for the New Behavioral Model in Energy Transition Age: Analyzing the Forward and Reverse Causal Relationships between Belief, Attitude, and Behavior in Nuclear Policy across Countries. International Journal of Environmental Research and Public Health. 2022, 19, 6772. https://doi.org/10.3390/ijerph19116772. AJZEN, Icek. Attitudes, personality and behavior. New York: Open University Press, 2005. AJZEN, I. Consumer attitudes and behavior: the theory of planned behavior applied to food consumption decisions. Rivistadi Economia Agraria, Anno LXX, n. 2, 2015.